domingo, 9 de janeiro de 2011

(Texto): A um certo articulista de Veja

Não sou nenhum fanático político, mas certas hipocrisias me deixaram muito irritado nessa última eleição para presidente (2010).

Principalmente a campanha escancarada, mas não confessa, que a Veja empreendeu contra o Lula, muitas vezes demonstrando que era por puro preconceito, por sua pouca educação formal. Como se isso fosse paradigma da qualidade pessoal de alguém, e mesma da competência administrativa. Senão empresas gigantescas como GM, Merril Lynch e AIG não chegariam à beira da falência, com seu batalhão de mestres e doutores à disposição.

Nessa campanha anti-Lula, engendrada pela Veja, poucos se igualaram a um certo articulista dela. Apesar de eu ter feito diversos comentários em seu blog, ele não publicou nenhum sequer. É daqueles que só funcionam, só ouvem, só falam com quem os apóiam e que os lambem.

É a esse tipo de democracia e liberdade de imprensa que me oponho. Um dos textos que enviei a seu blog, e que não foi publicado, eu apresento abaixo, com suas qualidades e defeitos, como é cabível na democracia:

"Senhor.

Talvez esteja em local errado para escrever isso tudo. Mas, o senhor não escreve em uma revista como a Veja, que se vangloria de não mentir? No entanto, obscurece a verdade. Não estamos falando então da mesma coisa? Mentira não é esconder a verdade?

E quanto à covardia da Veja, que não tem coragem de dizer, de antemão, mesmo sob pena de enviesar suas páginas, de que apóia o candidato Serra, e que assumirá essa linha? E porque essa revista tanto apregoa que o Lula e o PT desejam o fim da imprensa livre?

Ora que fanfarronice! Quem impediu em algum momento que a Veja proclamasse a visão de seus controladores. Sim, porque a liberdade de expressão apregoada pela Veja é, na verdade, a liberdade da conveniência de dirigentes. Lembra-me muito mais o J.J.Jameson, aquele dono de jornal na película Homem Aranha. Sabem do que estou falando. E estou longe de comparar o Lula ao Homem Aranha (eu não seria assim tão estúpido).

Mas, voltando ao assunto, se o digníssimo colunista é tão senhor dos números, e acha que o Serra e FHC são bastiões da moralidade e competência, diga-nos então, por exemplo, quanto ao quesito competência, o que foi feito dos bilhões supostamente ganhos com a privatização do setor elétrico e telecomunicações, e, quanto à provável resposta da eficiência privada, também nos fale se a eficiência do setor privado nesses setores se mostra tão patente. Se é assim, então porque os preços de seus serviços subiram tanto, tornando-se um dos mais caros do mundo. Ora, se era para subir estratosfericamente os preços, então as empresas públicas (na verdade economia mista) também poderiam fazê-lo. É muito fácil sermos chamados de eficientes e eficazes, quando, para melhorarmos um tanto, cobramos dois tantos. Sim, onde está a eficiência privada nisso tudo? E a elevação da produção de petróleo? Diga-nos o articulista quanto as empresas privadas, trazidas por FHC, participaram efetivamente nessa elevação. Eu falo em barris de poços descobertos e perfurados por essas empresas, sem contar bacias já prospectadas pela Petrobrás. Então, onde está a eficiência privatista do FHC e Serra?

E o Serra não muda de idéia, não mente? Ora, somente para ilustrar, e os prometidos aumentos do salário mínimo para R$ 600,00 e os 10% para aposentados? É plausível isso? Mas, o FHC não disse que os aposentados são vagabundos, se bem me lembro? E o PSDB pode nos garantir que não privatizará o BB e a CEF e, talvez, até o BNDES, da mesma forma que privatizou os bancos estaduais? O mercado financeiro tem orgasmos múltiplos ao pensar nisso. Mas, afinal não foram esses três bancos que garantiram boa parte da vitoriosa política anticrise do Lula (não sou eu que afirmo isso). Vitoriosa contra a crise financeira que os bancos privados criaram no mundo desenvolvido (sei muito bem disso)?

E onde está a eficiência privada nisso? Ela, a eficiência privada, cria as crises, matam milhões de fome, daí cobram uma fortuna para se mostrar heróica e eficaz, e depois nos dizer “tá vendo como funcionou”!!

Agora, pergunto: Já que a Veja prega a liberdade de imprensa, de expressão, de pensamento, então, não existe nenhum repórter, nenhum articulista, nenhum colunista na Veja que pode fazer essas perguntas na Veja? Ou oferecer algumas respostas, mesmo que vão de encontro ao apregoado pelo PSDB, FHC ou Serra? Não há nenhum Peter Parker por aí?"

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