segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

(Texto): Acerca do sistema de monitoramento do Mercadante

Gostei da notícia veiculado no UOL (Cerca de 5 milhões vivem em área de risco no Brasil, diz Mercadante; sistema de alerta deve ficar pronto em 4 anos - 17/01/2011 - UOL Notícias - Cotidiano) que informa do sistema de monitoramento a ser implantado e que avisará as regiões com maiores riscos de catástrofe por enchentes.

Porém, deve-se ter em mente que detectar é uma coisa, informar à população é outra e retirar o povo a tempo é outra, imensamente mais complexa. Para detectar temos satélites, temos pluviômetros, temos estações meteorológicas, temos modelos estatísticos e supercomputadores para calculá-los.

Até aí, tudo bem!

Mas, informar a população vai necessitar de uma rede de contatos, de rádios ou TV comunitárias, de carros de som ou alto-falantes nos postes, ou coisas que o valham, de pessoas bem localizadas e comprometidas para repassar as informações imediatamente. Vamos necessitar ter a certeza que todo o investimento com a detecção não seja perdido com a ineficiência da divulgação imediata da notícia.

Bom, talvez, consigamos isso!

Aí temos a questão da mobilização urgente. Por mais eficiente que seja o sistema, teremos, no máximo, vinte e quatro horas para retirar as pessoas de zonas de risco. Temos de conseguir tirar as pessoas com, pelo menos, alguns pertences básicos, tipo uma mala por cidadão. Temos de ter transporte para essas pessoas. Temos de ter lugar para alojar provisoriamente as pessoas, lugar iluminado e com boa ventilação, com cozinha e refeitório comunitários, beliches, banheiros limpos e material básico de limpeza, higiene e alimentação. Esse lugar deve estar preparado, pelo menos, um mês antes dos períodos onde sua utilização é mais esperada, ou seja, nos casos das regiões com enchentes endêmicas, a partir de novembro de cada ano.

E tem mais?

Sim, claro que tem. Esse sistema será um seguro. E um seguro é algo que fazemos com a intenção de nunca usar. Ninguém faz uma apólice de seguro para o carro e sai guiando na contramão com a intenção de batê-lo. Então, mesmo com essa parafernália, não podemos permitir a proliferação de habitações em zonas de risco. Os lugares que foram devastados nunca mais poderão ser reabitados. As pessoas que tem moradias nos entornos devem ser retirados imediatamente. Deve-se criar uma faixa de segurança no local. Nunca mais o estado pode construir ou urbanizar favelas em zonas de risco. Por mais triste que seja retirar pessoas e derrubar casas precárias ainda é melhor do que retirar pilhas de corpos de barrancos. Após a evacuação dessas áreas deve-se fazer um grande estudo geológico e ambiental a fim de detectar pedras de grande tamanho que possam ser retiradas e, após uma análise do solo, deve-se tratá-lo de forma que não desbarranque mais, com curvas de nível e canalizações, por exemplo. Tudo isso deve se feito em grande escala, a nível nacional, e não somente nas cidades e localidades arrasadas nesse momento.

Quem sabe essa será a grande motivação para tomarmos as rédeas da situação e resolvermos esse problema. Assim, ao menos como consolo, a morte desses cidadãos não terá sido em vão.

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