domingo, 16 de janeiro de 2011

(Excerto): Sobre "Mulher Perdigueira", de Carpinejar

Então porque não falar dos livros que leio? De um jeito mais intimista, mais pessoal. Tentar retirar as partes que me interessaram. As influências que recebi de críticas feitas sobre esses livros.
E lendo “Mulher Perdigueira” de Carpinejar eu começo este bate papo. Sim, é um livro de crônicas (verdadeiramente com “s”). Sensacional. Logicamente, você verá bastante comentário desse tipo por aqui.
Tive essa idéia quando já havia começado a ler o livro, por isso não retornei aos primeiros textos. De cara peguei o “Falo sério”. Por quê? Por que penso, mais ou menos, nessa linha também! Ou seja, para ser amigo precisar participar. Mas, não é de pura solidariedade que falo. Quero dizer que meu amigo precisa ter podres para contar. É lógico, como diz o Fabrício, que o perfeito não é confiável. Sacada perfeita. E nem quero saber se é original dele. Só me lamento que eu não tenha falado ou pensado antes.
A definição de traição masculina! Porra. Achei pra lá de hilário. Mas, nem me perguntem mais, pois depois de 5 minutos eu esqueço 80% do que li, sendo que os outros 20% vão se apagando paulatinamente em até seis meses.
(...)


E, retornando ao que vim fazer aqui, vejam só, mesmo o Carpinejar, em seu “Mulher Perdigueira”, com sacadas muito legais, também tem algumas coisas que parece que serviram de tapa buraco no livro, como a idéia de associar o desempenho sexual de um homem ao modo como se comporta perante um prato, não levando em consideração que, tanto em um momento como no outro, o que vale é a soma, a sofreguidão, a expectativa, a propaganda anterior. É isso que vale. É a fantasia que preparou o ambiente, seja de fato, como acontece quando se está há dois dias sem uma boa refeição, ou apenas por ilusão, como é olhar uma revista erótica cheia de atrizes sexagenárias com pele e formas de adolescentes, porém, feitas por computador.

Mas, ainda tem a coisa do pessimista, também em Carpinejar. Eu creio que ele, o pessimista, é o construtor de nossa sociedade. Acredito que exista o otimista positivo (aquele para o qual a coisa vai melhorar, mas, graças a seu instinto conservador, ele acha que, se ficar como está, está bom) e o otimista negativo (aquele conformado. A situação, observada por quem está de fora, não é e não está boa, mas para ele é assim mesmo, e assim continuará sendo).
Existe também o pessimista positivo e o negativo. O positivo é o melhor tipo de pessoa e o agente transformador de nossa sociedade. Ele não aceita a forma que as coisas são e estão. Não condiz com o seu jeito de encarar a vida, os relacionamentos e tudo o mais. Tem a certeza de que a felicidade só pode existir em outra realidade e crê ser possível a existência dessa realidade em seu prazo de vida. Assim, ele induz ou influencia essa mudança. O pessimista negativo, junto ao otimista negativo, são as forças mais destrutivas. A depender deles os seres humanos nunca teriam descido das árvores, ou talvez nem teríamos subido nelas

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