quinta-feira, 16 de novembro de 2017

(Devaneios): Refém

Eugênio é  refém de um pensamento, refém de um medo. É desesperadamente prisioneiro disso tudo. Sofre de pânico do nada. Do nada para muita gente, mas, esse nada, é tudo para ele.

Sente-se encurralado a todo instante. Sente-se preso em seus desejos e sente-se preso pelos medos de sucumbir aos desejos. Na verdade, tem medo até de sentir tais desejos.

Mas esse medo não o impede de voltar a sentir desejos. Na verdade não o impede sequer de procurar por seus desejos. Impede, isto assim, de sucumbir a eles. E, talvez por isso mesmo, pelo medo de sucumbir, e por não sucumbir, que continue a desejar.

E apenas desejando, permanece refém.

(Devaneios): Bom ou ruim



E Eugênio pensou, "talvez seja bom, ou ruim, divagar sobre a ideia antiga de que há uma força, divina, bondosa ou maligna, que atua sobre mim".


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

(Devaneios): Cobradora


Passo meus melhores momentos a devanear. A todo instante fico a pensar sobre meus momentos.

Enxergo as coisas e fico a pensar no impacto que aquilo causou-me ou pode causar-me. No quão feliz eu sou por não ter aquilo ou quão infeliz por não dispô-la.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

(Devaneios): Na Vida


 
Hoje estive pensando na vida.

Não somente hoje, mas especialmente hoje, pensei na vida. 

Não na vida que vivo hoje, não na vida que tive até aqui, não na vida que julgo ainda ter, mas na vida.

Também não na vida, pensada metaforicamente, como se a vida pudesse significar mais do que significa de fato, mas, simplesmente na vida.