quarta-feira, 30 de março de 2011

(Devaneio): Miss Saravejo

Pow!

Foi assim, uma pancada no coração.

Estava pensando em algumas músicas. Sei lá! Há Tempos do Legião; várias do Tears For Fears, como Pale Shelter; e aí veio o U2...

Quando penso no U2, ainda mais quando estou meio deprê, lá vem a Stay e o clipe em que ele está em Berlin no topo de uma estátua da Deusa Vitória.

Mas, ai me lembrei daquela música com participação do Pavarotti.

Já ouvi várias vezes e, com meu inglês raquítico, entendia uma parte. A parte do Pavarotti, em italiano, era um mistério. Ficava tão arrepiado que nunca fui atrás da tradução.

E a dúvida, porque "Miss Saravejo"? Sempre achei que fosse uma homenagem à Bósnia (e é, mas ao povo da Bósnia), que passava por uma guerra sangrenta, onde todos perdiam e não haveria vencedores, principalmente a população civil.

Foi quando localizei o blog do U2BR, feito por aficionados do U2 e que conhecem muito do riscado.

Cara. Gostei demais da interpretação da música. Não falo da tradução completa da letra, inclusive da parte italiana. Digo da história da geração da música.

De fato, Deus colocou na cabeça do Bono a letra da música. Caiu muito bem e foi cantada em show beneficente para a Bósnia em 1995.

Caramba! Tem momentos que desejo me afastar desses gênios, mas há o magnetismo que nos atrai a eles, como uma lâmpada atrai mariposa. Sou fadado a ser apenas uma mariposa, nunca um luminar

E assim, como estou tão sem inspiração e, já disse isso, meio deprê, segue o link para a pequena, mas sensacional interpretação de Miss Saravejo, e um link para a música, respectivamente:

http://u2br.virgula.uol.com.br/portal/node/180

http://letras.terra.com.br/u2/62980/traducao.html

quarta-feira, 23 de março de 2011

(Poema): A quem possa interessar

Será que há um Alguém?
Alguma pessoa, que vá mais
Muito mais além
que me venha
que me traga
que me diga: Agora saia,
Mas que implore: Volta logo.

A quem possa interessar
Estive em busca desse Alguém

Será que há um Anjo?
Um pequenino Ser,  que me ampare
quando for forte o desejo
Na agonia do meu querer
Na urgência do sentir
Nesse pedido de Sair

A quem possa interessar
Estive em busca desse Alguém
Estive em busca desse Anjo

quarta-feira, 16 de março de 2011

(Poema): Lugares Proibidos

A letra de Lugares Proibidos da cantora Helena Elis.

Link: http://www.youtube.com/watch?v=JNXvp88TYyo

Adoro. Queria ter feito.

"Lugares Proibidos
Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já

Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava

Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já "

Como é bom. É tão fácil amar assim.

domingo, 13 de março de 2011

(Texto): Sobre as leis trabalhistas brasileiras

A revista The Economist publicou um artigo no dia 10 de março (link: http://www.economist.com/node/18332906). O título do artigo é "Employer, beware" (Empregador, cuidado). Discordo quase que inteiramente do artigo e enviei um comentário no meu inglês macarrônico (azar deles se não entenderam nada do que escrevi).

O meu comentário segue abaixo, no original, pois quem souber inglês pode até fazer-me o favor de apontar os erros, apesar de não ser esse o objetivo.

Fui.

"

I believe the journalist who wrote the article and the publishers of The Economist will never understand the reality in Brazil, in this regard. In Brazil there is not and never there was an equality of conditions in the negotiations between employer and worker. In the vast majority of cases it is impossible a negotation desk between workers and employers and to think that the result may be beneficial, in some way, for the worker.
The Brazilian employers, without the strength of the legal requirement, would not pay anything beyond the salary. Rights that exist today in Brazil, by law, would never be implanted by employers kindly. Benefits such as the Christmas bonus (which we call the 13th salary), the 30-day vacation with pay, the requirement for advance notice of one month for unfair dismissal, the overtime paid with increment, the paid weekly rest. None of this would exist for all workers in Brazil. Maybe one or two categories with stronger unions could, and alone.
The Brazilian businessman is much more predatory than their European counterparts. They do not think twice, they will collect any income from your business instead of sharing a portion with employees, unless it is legally required. It is very common the simulation of bankruptcy just to avoid paying tax or labor rights, but the business owners always go out with your personal safes stuffed with money.
The Labor Court in Brazil is very used simply because employers fail to comply with its obligations. The most violations are the unpaid overtime, unpaid salaries or paid with constant delays, wrongful dismissals of sick people or of pregnant women (both have guarantees in Brazil, and their wages are paid by Social Security and not by the boss and yet they are unfairly dismissed). That is, if there is a huge number of labor claims in Brazil is because employers prefer it that way, because a resolution of labor disputes in the courts easily take five years and, until its resolution, the company may go "bankrupt" or at the end of the process when they can no longer there be any appeal, the company proposes a settlement and pays a percentage of the values initially pleaded by the worker. Too often this happens. During these five years are offered numerous opportunities to the company make an agreement with its workers, but it will delay until when possible. That is the nature of the vast majority of Brazilian employers. One thing is certain: no employer will be required, by the Justice Labour, to pay for something that should not .
Therefore, it is not possible, suddenly, to withdraw all existing guarantees for our workers. We have to change the consciousness of hundreds of thousands of employers and this is impossible in the short or medium term.
Anyway, the growth in recent months, in the labor market in Brazil, especially in formal employment, with all the legal guarantees, has demonstrated that it is possible to maintain those rights at the current level, and some things have already been relaxed in recent years, including the deployment of a more flexible work contract (implemented by Federal Law No. 9601/98).
Another comment I make is about the claim that one can not dismiss "lazy workers" in Brazil or a bankrupt employer can not fire their workers or can not be negotiated some labour rights in Brazil. Certainly they are conveyed information by someone who doesn't knows our labor laws. The Article 482 of our Labour Code (CLT) gives as one of the many reasons for the dismissal with just cause the sloth in the function. That is, the lazy employee can be fired with just cause, however, this "lazy" needs to be evaluated. Also our Federal Constitution, in Article 7, section VI, provides for collective bargaining may be used to reduce wages in Brazil, and there is a law that provides (Law No. 4923/65, Article 2) that companies with proven problematic financial situation may conclude agreement to reduce their burden with workers. These are just examples of what the situation is not so inflexible in Brazil. However, we have rules for that to happen.
It is known that in England and the U.S., to the workers are guaranteed in nothing beyond the salary, and who they do not have anyone to complain, because there is not a Justice Labour. Do not want to make value judgments on that system. It seems to work in these countries, but in Brazil it would be a disaster for workers, making working conditions unbearable, generating lots of strikes that will paralyze the country and its economy for a long time.
"

quinta-feira, 10 de março de 2011

(Texto): Sobre os chineses

Estou tentando comentar uma reportagem sobre um comparativo entre o Mini Cooper britânico e uma imitação chinesa. Porém, o site que a divulgou está com problemas e não consigo comentar. O link para a matéria é http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/veja+diferencas+entre+o+mini+cooper+original+e+a+versao+chinesa/n1238145973676.html

Nem desejo falar objetivamente sobre a matéria, pois, para mim é indiferente se a réplica do MiniCooper é boa ou não, ou que seja até melhor que original, o que me interessa é o sistema social e trabalhista que o gerou.

Segue o texto que tentei inserir nos comentários, porém sem sucesso:

"Pessoal, acho que o assunto que mundo inteiro deveria discutir é: QUEREMOS O MODELO SOCIAL E TRABALHISTA CHINÊS? Principalmente os integrantes do mundo moderno ocidental.


Tudo bem, os produtos chineses, incluídos os carros, são muito baratos e, com o tempo, estão chegando perto de um padrão de qualidade aceitável. Mas, e a forma como foram fabricados? Queremos isso para nossa sociedade? Se comprarmos esses produtos em detrimento dos produtos feitos localmente, somente porque são mais baratos, nós, sem querer, estamos dizendo: Queremos que tudo seja fabricado assim desse jeito, do mesmo jeito que é feito na China, por que são muito baratos.

Mas, paramos para pensar porque são tão baratos os produtos chineses? Porque são feitos em enorme quantidade. Sim, com certeza. Mas, são feitos em grande quantidade porque a mão-de-obra na China é muito barata e aceita qualquer condição de trabalho. Isso não é só uma coisa dita mil vezes. É a realidade.

Na China o salário é bem baixo, até se comparado com o Brasil, e chinês fica muito contente em receber, porque é isso ou voltar para o campo, onde é muito pior. Na China não existe essa frescura de brasileiro, que exige receber valor adicional por hora extraordinária, por trabalho noturno ou por trabalho em final de semana ou feriado. Lá eles recebem por 8 horas e trabalham 10, 12 ou 14 horas sem reclamar, trabalham depois da 10 da noite ganhando o mesmo ou em fins-de-semana e feriados sem nada a mais. Na China, não tem FGTS, nem indenização por despedida sem justa causa. Não gostou? Rua. E sai só com o salário até o dia trabalhado. Tem um milhão de pessoas na porta da fábrica, esperando por uma vaga nessas condições.

Na China não tem 13º salário ou participação nos lucros. É o salário do mês ou da semana e bye-bye! Os lucros ficam 100% com o dono do negócio. Fique satisfeito por estar trabalhando. Na China não tem férias garantidas. Talvez, depois de 2 anos, você tenha 10 ou 12 dias de descanso remunerado, mas não passa disso. Ter 30 dias de férias com acréscimo de 1/3 !? Isso só pode ser piada para um trabalhador chinês. Se ficar doente, o problema é seu, só recebe se trabalhar. Aposentadoria é algo não totalmente garantido em todo o território chinês e para todos os trabalhadores.

Pessoal, pensem bem antes de comprar produtos chineses, pois é a esse modelo de sociedade que estamos dando crédito. E esse tipo de sociedade que iremos conseguir se a idéia do superbarato a todo custo se espalhar pelo mundo. Absolutamente não é isso que queremos, estou certo? Os direitos e benefícios que conquistamos têm um preço, com certeza, mas o custo de perdê-los é bem pior do que ter de comprar um carro 20 ou 30% mais caro, ou uma camisa ou uma TV mais cara. É o preço dos benefícios trabalhistas e sociais a que estamos acostumados.

Eu, pessoalmente, prefiro pagar mais por um produto nacional ou de um mercado tradicional, mas garantir que as conquistas sociais e trabalhistas, conseguidas a duras penas no decurso da história, sejam avançadas e não retornarmos à situação existente no século XIX."

quinta-feira, 3 de março de 2011

(Mini-ensaio): Sustentabilidade humana

Hoje, ainda hoje, há algumas horas, eu respondia a uma pesquisa sobre o motivo de minha família escolher produtos sustentáveis. Claro que pensei sobre a sustentabilidade do planeta. Aquela que tantos propagamos.

E não me culpo por isso, afinal, não é a esse respeito que falamos a todo instante, que discutimos sempre, que nos interrogamos como e  que lutamos a favor? Não é daí que surgem as maiores preocupações atuais da humanidade, a saber, como poderemos ter certeza de que esse planeta será habitável para as gerações futuras? Pensamos, logicamente, sobre nossas gerações futuras, principalmente naquela que mais nos interessa, ou seja, nossos filhos e netos, e como seus sonhos infantis de hoje, suas esperanças adolescentes de amanhã, poderão ter condições de ser realizadas depois de amanhã. Não se pode ser acusado de egoísmo ao se pensar assim, pode-se?

Mas, não desejo fazer uma mea culpa sobre as consequências dessa minha atitude. De forma alguma quero confessar algum arrependimento. É assim mesmo, e essa interpretação também faz parte daquilo que pretendo, en passant, falar aqui.



Quero falar algo a respeito de um pensamento que me toma conta toda vez que vejo notícias assombrosas como a morte da menina Isabela em São Paulo, a morte da menina pela ex-amante do pai, no Rio de Janeiro, ou a morte de um casal em São Paulo, vítima de facadas de seu próprio filho único. Isso tudo me faz pensar sobre a nossa sustentabilidade, a nossa viabilidade como espécie inteligente, como sociedade organizada.


Será que somos merecedores do que temos hoje? Somos capazes de controlar aquilo que criamos? Somos capazes de dar a volta por cima e modificar isso tudo? É sustentável o que se está criando hoje, na mente de bilhões de adolescentes e jovens adultos pelo mundo afora?


Infelizmente eu creio que não. O egoísmo, o não envolvimento, o não pertencer a nada e a ninguém, esses são os motivos de nossa insustentabilidade a médio prazo. Talvez estejamos implementando agora o mundo visto em filmes catástrofes de fim dos tempos,  mesmo que não existam as condições alegadas naqueles filmes, como guerra entre potências ou invasões alienígenas ou quedas de meteoros. A deturpação de nossa psique pode estar criando esse novo e apodrecido mundo, nada mais.

Ou seja, a sustentabilidade planetária pode ser irrelevante em futuro próximo, se não tivermos qualquer segurança afetiva entre pais e filhos e parentes e amigos e crianças e adultos. Se as barreiras a atitudes do tipo, deixarem de ser moralmente combatidas e socialmente reprimidas de forma exemplar, então será irrelevante se teremos um planeta ou não, pois não sobreviveremos para tanto.

Devemos encontrar o que está nos tornando assim, o que faz, cada vez mais, aparecer gente com vontade de dar paulada na cabeça de alguém que nem conhece e contra o qual nada tem, gente que, sem pensar duas vezes, esfaqueia os pais, ou mata uma menina indefesa com um cadarço de sapato, ou joga uma filha pela janela, sendo antes estrangulada, ou ainda o que faz aparecer cada vez mais adolescentes serial killers? O que que é isso? É um jeito da humanidade efetivar um controle populacional obrigatório? Ou é o próprio planeta que emite feromônios desconhecidos, mais sentidos por pessoas propensas a desvios mentais, e que tenciona simplesmente nos eliminar da face da Terra?

Quem sabe? O que eu sei é que, de fato, o excesso de gente, o excesso de obrigações, o excesso de informações, o excesso de expectativas, o excesso de ego, tudo isso e mais um pouco, com certeza está no caldeirão de motivos para o surgimento desse tipo de pessoas.

Temos que pensar a respeito. Nossa sustentabilidade está em risco.