Eugênio é refém de um pensamento, refém de um medo. É desesperadamente prisioneiro disso tudo. Sofre de pânico do nada. Do nada para muita gente, mas, esse nada, é tudo para ele.
Sente-se encurralado a todo instante. Sente-se preso em seus desejos e sente-se preso pelos medos de sucumbir aos desejos. Na verdade, tem medo até de sentir tais desejos.
Mas esse medo não o impede de voltar a sentir desejos. Na verdade não o impede sequer de procurar por seus desejos. Impede, isto assim, de sucumbir a eles. E, talvez por isso mesmo, pelo medo de sucumbir, e por não sucumbir, que continue a desejar.
E apenas desejando, permanece refém.