sábado, 29 de janeiro de 2011

(Devaneio): Um bom dia para morrer ou ter coragem

A primeira palavra que surge é quinta. Estranho dizer isso, mas a idéia é feliz, melhor que quarta, que terça, ou segunda. Tudo é melhor que segunda, exceto não ter uma segunda, morrer em um domingo.
Pensando melhor, é melhor morrer em uma sexta, morrer feliz, morrer sabedor do dever cumprido. Nada restando a fazer. Mas, por outro lado, morrer quando iremos gozar os benefícios de uma semana de luta, porque seria bom isso? A ilusão. A ilusão nos torna feliz, muito mais que a realidade, que nos oprime.
Mas, talvez seja melhor morrer no domingo, à noite, de preferência, pois aí teríamos todo um ciclo, ao concluir a tarefa da semana, gozado o fim-de-semana e iríamos, enfim, ao repouso do guerreiro. Ao momento de descanso, á espera de outros conflitos e contendas, outros prazeres e tarefas, quem sabe?
Então, a segunda já não seria tão ruim, mesmo pela sua não-existência, mesmo por sua essência iniciadora de desafios. Assim, ainda melhor que uma sexta, seja uma não-segunda, quem sabe?
E essa “quinta” foi a primeira palavra que veio à mente quando aqui me sentei, no momento de preencher a data, 27/01/2011, quinta-feira. Acho tão “não-romântico” essa nossa forma de nominar os dias. Muito mais interessante são os dias nominados por deuses, como no inglês e espanhol. Que deus, nós escolheríamos? Em inglês Thursday, em honra a Thor, deus do trovão. Em espanhol, Jueves, em honra a Júpiter. Nosso português, tão influenciado pelo catolicismo, ficou quinta-feira, para não honrar a nenhum deus pagão. Iria deixar sem explicar isso, afinal não sou copiador de Wikipédia. Mas, e o medo de passar por ignorante!?
A primeira palavra? Do que? De quando? Para quem? Por quê?
A minha primeira palavra, quando sentei nessa cadeira. Já falei isso, não? Dita hoje, porque é quinta-feira, como já falei também! Ou deveria ter só pensado, só para mim mesmo? Afinal, só a mim interessa isso. É um princípio, ou um novo principiar, ou despertar, como sempre! Afinal, precisa haver um começo para termos um final.
É a primeira palavra. Sobre um quinto dia! Insípido, sem personalidade, sem o bafo da segunda, que tem o opróbrio de iniciar a semana, começar o fastio dos dias, a se empilharem. Sem o resplendor da sexta, a prometer delícias, como se houvesse como cumpri-las, somente por estar na cômoda posição de último dia de trabalho.
É quinta, mas é a primeira palavra, é o primeiro pensamento. E não é triste, embora longe de ser alegre. Porém, terei mais um dia, mais uma chance, a quinta dada nessa semana. É quinta, é única nessa semana. Depois de hoje eu não terei mais. Então precisa ser hoje, preciso fazer nessa quinta. Não há como esperar a próxima, que é uma incógnita.
“Boa tarde, qual o seu nome?”

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

(Texto): O Ipad, desmistificando

Não sou nenhum fanático por novos aparelhinhos. Muito pelo contrário. Me irrita a sanha assassina que se apodera de muitos quando a Apple e outros tais lançam novas bugigangas. Poucos se perguntam, "mas é isso tudo mesmo?".

Assim, quero apenas repercutir, com alguns poucos acréscimos meus, o que um site especializado falou do bichinho virtual Ipad (meus acréscimos estão em itálico e parênteses).

O link original é http://www.gizmodo.com.br/conteudo/8-coisas-idiotas-que-estragam-o-ipad/ . A transcrição segue abaixo:


Meu Deus, eu estou bem desapontado com o iPad. Ele é a tradução de um produto não-essencial (Excelente comentário, de fato,"não-essencial") e além disso ele tem algumas falhas críticas, absolutamente terríveis, que me farão olhar torto qualquer pessoa que resolva comprar um (Concordo em absoluto. Quem comprar agora, depois de saber disso que será exposto abaixo,... não sei..., mas pode se sentir com uma orelhinha de asno, como víamos em desenhos animados antigos).

Moldura da tela grande e feia
Você viu a largura da moldura dessa coisa? Toma espaço demais! Eu sei que você não vai querer acidentalmente dar algum comando com o seu dedão enquanto estiver segurando o iPad, mas precisa usar tanta área útil? (Aqui não dou maiores pitacos. Detesto até touchpad. A meu ver isso ainda não funciona a contento, pelo menos não tão precisamente como a junção de um mouse e um teclado. Sei! Sou conservador. E viva o papai-mamãe!)

Sem multitarefa
Isso é ridículo. Se essa coisa supostamente foi feita para substituir netbooks, como diabos não pode ter multitarefa? Você tá dizendo que eu não posso ouvir música enquanto digito um documento? Eu não posso deixar o meu aplicativo do Twitter aberto ao mesmo tempo que o meu navegador? Eu não posso ter um cliente de IM aberto ao mesmo tempo também (Cliente IM é aqueles aplicativos de mensagem em rede, tipo MSN, ou seja, o Ipad não permite rodar o Messenger ao mesmo tempo que outros aplicativos)? Você tá de sacanagem? Esse problema sozinho já garante que eu não vou comprar este produto. (Concordo em absoluto. Alguém aí se lembra de quando o Windows era 3.1? Antes do Windows 95? O que? Não me chamem de velho caduco!! Respeitem os meus cabelos brancos! Mas, é isso que o Steve Jobs quer. Quem comprar o Ipad só vai poder usar um programa por vez, como na época do Windows 3.1 e que tais!)
Sem câmera
Não ter uma câmera na frente, para videoconferência e Skype é uma coisa. Mas não ter uma câmera atrás também? Por que diabos não? Eu não consigo imaginar o lado negativo de incluir pelo menos uma câmera. Será que esse bagulho não dá conta de segurar o iChat? (Concordo. Será que a Apple não se garante? Criar uma coisa que não tira fotos hoje em dia? E para que eu quero entrar no Facebook se não posso mandar foto, se esse tal de Facebook só serve pra isso?)

Teclado virtual
Quem apostou que a Apple revolucionaria os métodos de entrada em tablets quebrou a cara; este é o mesmo grande e feio teclado de touchscreen que nós já vimos em outros tablets, e a não ser que você esteja no sofá apoiando a coisa sobre os joelhos, vai ser um saco de usar. (E eu pensava que esse seria o maior problema. Ou seja, usar o teclado virtual em touchscreen. Bom, se a pessoa é um "catador de milho" na digitação, zuzo bem! Mas, se deseja escrever algo mais rápido ou maior que um post de Twiter, então a coisa fica mais complicada)
O nome iPad
Ao menos nos EUA, choverão piadinhas sobre o Maxi pad. Várias delas. (Meio bichice esse comentário!)

Ausência de suporte a Flash
Não ter Flash é um pé-no-saco mas não é o fim do mundo no iPhone ou o iPod Touch. Mas em alguma coisa que supostamente deveria ser mais próxima de um netbook ou laptop? Isso deixará buracos grandes, horrorosos, em sites. E eu espero que você não dê bola para vídeo em streaming. A gente sabe que usuários casuais de internet não dão a mínima. Tipo Youtube, Hulu. Ninguém usa. NOT. (O que??? Não roda Flash. Qualquer site chumbrega usa a tecnologia Flash para divulgar vídeos. E não é só o Youtube, apesar de que parece que deram um jeitinho e o Youtube vai funcionar mesmo assim. Ou seja, quem usar o Ipad vai se deparar com um monte de sites com quadradinhos na tela sem imagem. É onde ficaria os vídeos Flash)

Adaptadores, adaptadores, adaptadores
Você acha o design do iPad clean, as linhas bonitas? Esqueça-as. Se você quiser plugar qualquer coisa nisso, como uma câmera digital, você precisará de vários tipos de adaptadores horrorosos. Você precisará de um adaptador ATÉ PARA USB, por Deus… (De novo. O que??? Hoje em dia até TV e som de carro tem USB e o danado do Ipad não tem!?!?!)
Update: Por que parar em 8? Aqui estão mais duas coisas que descobrimos que são irritantes no novo iPad.

Não é Widescreen
Filmes em widescreen ficam horríveis nessa coisa graças à tela com padrão 4:3, de acordo com o Brian Lam, que assistiu um pouco de Star Trek nele. É que nem ter uma TV de tubo de novo! (Chato, mas não é o mais ruim de pior nessa maquininha)

Não dá suporte a outras redes 3G
Sim, ele é "desbloqueado", mas provavelmente não vai funcionar em redes americanas como a T-Mobile e usa um padrão de cartão (o microSIM) que literalmente nenhuma operadora usa. (Ouvi falar que tem um "jeitinho" de cortar o chip 3G padrão aqui e ali e assim agente consegue "enfiar" no aparelho. Coisinha meio tosca, não? E depois? O chip cortado. Vai caber em outros aparelhos normais?)

Um acossistema de aplicativos fechado
O iPad roda apenas aplicativos da App Store. A mesma App Store que é notória por banir aplicativos por motivo algum, como o Google Voice. É claro que netbooks podem não ter touchscreen, mas você ainda pode instalar o que quiser neles. Por exemplo, quer rodar um navegador diferente no iPad? Azar o seu. (Depois disso tudo tá na cara que o Ipad é só emprestado para você, e pode-se usar se, e somente se, você for assíduo usuário das ferramentas Apple. Ou seja, só coisa que dá din-din pro leitinho dos Jobs)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

(Devaneio): O triângulo

Gosto do triângulo. Gosto do seu equilíbrio. Gosto de suas relações. Interessante os nomes que os gregos inventaram para as relações de seus lados. Tem um cateto, tem outro cateto, que são aqueles que caem. É interessante saber, os catetos estão caindo, ou irão, se não fossem sustentados pela hipotenusa, que por ser a fêmea, está em oposição aos catetos, na diagonal, separando os competidores e, ao mesmo tempo, mantendo-os próximos, equidistantes e subjugados. À sua disposição.

Mas, não é especificamente a esse triângulo que me refiro. São maravilhosos de fato, permitiram mil conclusões, apesar de que a trigonometria não era, de forma alguma, a parte da matemática que mais agradava no colégio, se é que isso ocorreu em algum momento.

Refiro-me, mais especificamente, àqueles triângulos escondidos, àquele formato maravilhoso que surge da junção de suas coxas com a pélvis. O formato triangular de quando você fecha as pernas, e forma-se um isósceles. Adoro correr os olhos pelos lados do triângulo, até encontrar o ângulo do vértice, como uma seta a indicar o caminho a ser seguido, mar de prazeres, oceano de delícias.

E ainda se forma outro triângulo, mais sutil, mas forma-se, quando você se posta de quatro, armada para me acabar. Mostra-me suas qualidades, e lá está, outro isósceles, mais pontiagudo, com seu vértice a indicar-me novamente o caminho, dessa vez aparecendo, mais e mais, com a abertura de pernas.

Assim posso apaixonar-me por suas coxas fechadas ou abertas, pela junção maravilhosa de triângulos, se olhados pela frente, se olhados por trás, sempre o triângulo. Decerto é a figura geométrica mais erótica. Evoca-me sempre sua lingerie. Sempre. Não posso ver um triângulo sem pensar em uma calcinha. O que estará fazendo aquela calcinha perdida naquele livro? E sua dona! A andar por aí sem seu triângulo a protegê-la, a esconder seus segredos, a obstacularizar investidas não merecedoras? O que será dela? Irá já mostrar tudo, assim de supetão?

Mas, não você. Há de me surpreender. Há de me encantar, inicialmente apresentando seu triângulo frontal. Pudico, intocado. Hei de merecer que ele seja desfeito, hei de provar-te capaz e merecedor da visão triangular traseira.

E o prazer é esse, o sentir-se conquistado por e conquistador dessa visão.




segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

(Texto): Acerca do sistema de monitoramento do Mercadante

Gostei da notícia veiculado no UOL (Cerca de 5 milhões vivem em área de risco no Brasil, diz Mercadante; sistema de alerta deve ficar pronto em 4 anos - 17/01/2011 - UOL Notícias - Cotidiano) que informa do sistema de monitoramento a ser implantado e que avisará as regiões com maiores riscos de catástrofe por enchentes.

Porém, deve-se ter em mente que detectar é uma coisa, informar à população é outra e retirar o povo a tempo é outra, imensamente mais complexa. Para detectar temos satélites, temos pluviômetros, temos estações meteorológicas, temos modelos estatísticos e supercomputadores para calculá-los.

Até aí, tudo bem!

Mas, informar a população vai necessitar de uma rede de contatos, de rádios ou TV comunitárias, de carros de som ou alto-falantes nos postes, ou coisas que o valham, de pessoas bem localizadas e comprometidas para repassar as informações imediatamente. Vamos necessitar ter a certeza que todo o investimento com a detecção não seja perdido com a ineficiência da divulgação imediata da notícia.

Bom, talvez, consigamos isso!

Aí temos a questão da mobilização urgente. Por mais eficiente que seja o sistema, teremos, no máximo, vinte e quatro horas para retirar as pessoas de zonas de risco. Temos de conseguir tirar as pessoas com, pelo menos, alguns pertences básicos, tipo uma mala por cidadão. Temos de ter transporte para essas pessoas. Temos de ter lugar para alojar provisoriamente as pessoas, lugar iluminado e com boa ventilação, com cozinha e refeitório comunitários, beliches, banheiros limpos e material básico de limpeza, higiene e alimentação. Esse lugar deve estar preparado, pelo menos, um mês antes dos períodos onde sua utilização é mais esperada, ou seja, nos casos das regiões com enchentes endêmicas, a partir de novembro de cada ano.

E tem mais?

Sim, claro que tem. Esse sistema será um seguro. E um seguro é algo que fazemos com a intenção de nunca usar. Ninguém faz uma apólice de seguro para o carro e sai guiando na contramão com a intenção de batê-lo. Então, mesmo com essa parafernália, não podemos permitir a proliferação de habitações em zonas de risco. Os lugares que foram devastados nunca mais poderão ser reabitados. As pessoas que tem moradias nos entornos devem ser retirados imediatamente. Deve-se criar uma faixa de segurança no local. Nunca mais o estado pode construir ou urbanizar favelas em zonas de risco. Por mais triste que seja retirar pessoas e derrubar casas precárias ainda é melhor do que retirar pilhas de corpos de barrancos. Após a evacuação dessas áreas deve-se fazer um grande estudo geológico e ambiental a fim de detectar pedras de grande tamanho que possam ser retiradas e, após uma análise do solo, deve-se tratá-lo de forma que não desbarranque mais, com curvas de nível e canalizações, por exemplo. Tudo isso deve se feito em grande escala, a nível nacional, e não somente nas cidades e localidades arrasadas nesse momento.

Quem sabe essa será a grande motivação para tomarmos as rédeas da situação e resolvermos esse problema. Assim, ao menos como consolo, a morte desses cidadãos não terá sido em vão.

domingo, 16 de janeiro de 2011

(Excerto): Sobre "Mulher Perdigueira", de Carpinejar

Então porque não falar dos livros que leio? De um jeito mais intimista, mais pessoal. Tentar retirar as partes que me interessaram. As influências que recebi de críticas feitas sobre esses livros.
E lendo “Mulher Perdigueira” de Carpinejar eu começo este bate papo. Sim, é um livro de crônicas (verdadeiramente com “s”). Sensacional. Logicamente, você verá bastante comentário desse tipo por aqui.
Tive essa idéia quando já havia começado a ler o livro, por isso não retornei aos primeiros textos. De cara peguei o “Falo sério”. Por quê? Por que penso, mais ou menos, nessa linha também! Ou seja, para ser amigo precisar participar. Mas, não é de pura solidariedade que falo. Quero dizer que meu amigo precisa ter podres para contar. É lógico, como diz o Fabrício, que o perfeito não é confiável. Sacada perfeita. E nem quero saber se é original dele. Só me lamento que eu não tenha falado ou pensado antes.
A definição de traição masculina! Porra. Achei pra lá de hilário. Mas, nem me perguntem mais, pois depois de 5 minutos eu esqueço 80% do que li, sendo que os outros 20% vão se apagando paulatinamente em até seis meses.
(...)


E, retornando ao que vim fazer aqui, vejam só, mesmo o Carpinejar, em seu “Mulher Perdigueira”, com sacadas muito legais, também tem algumas coisas que parece que serviram de tapa buraco no livro, como a idéia de associar o desempenho sexual de um homem ao modo como se comporta perante um prato, não levando em consideração que, tanto em um momento como no outro, o que vale é a soma, a sofreguidão, a expectativa, a propaganda anterior. É isso que vale. É a fantasia que preparou o ambiente, seja de fato, como acontece quando se está há dois dias sem uma boa refeição, ou apenas por ilusão, como é olhar uma revista erótica cheia de atrizes sexagenárias com pele e formas de adolescentes, porém, feitas por computador.

Mas, ainda tem a coisa do pessimista, também em Carpinejar. Eu creio que ele, o pessimista, é o construtor de nossa sociedade. Acredito que exista o otimista positivo (aquele para o qual a coisa vai melhorar, mas, graças a seu instinto conservador, ele acha que, se ficar como está, está bom) e o otimista negativo (aquele conformado. A situação, observada por quem está de fora, não é e não está boa, mas para ele é assim mesmo, e assim continuará sendo).
Existe também o pessimista positivo e o negativo. O positivo é o melhor tipo de pessoa e o agente transformador de nossa sociedade. Ele não aceita a forma que as coisas são e estão. Não condiz com o seu jeito de encarar a vida, os relacionamentos e tudo o mais. Tem a certeza de que a felicidade só pode existir em outra realidade e crê ser possível a existência dessa realidade em seu prazo de vida. Assim, ele induz ou influencia essa mudança. O pessimista negativo, junto ao otimista negativo, são as forças mais destrutivas. A depender deles os seres humanos nunca teriam descido das árvores, ou talvez nem teríamos subido nelas

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

(Mini-Ensaio): O que aconteceu-nos?

Sim, o que se passa com a humanidade hoje em dia?
Vemos os desafios, as necessidades e as tragédias acontecendo. Os conhecemos. Sabemos e temos como amenizar, como contornar, até como resolver. Mas, ...
Mas, não o fazemos. Há sempre a questão econômica em primeiro plano. A economia tem se tornado hodiernamente um obstáculo para o desenvolvimento da humanidade, para solução de problemas mais prementes que afligem o maior número de pessoas.
Antes do "por a mão na massa", antes do “arregaçar as mangas”, paramos dias, semanas e meses a fazer contas, a buscar patrocínios, financiamentos de primeiro até vigésimo grau, com sindicalizações variadas e garantias diversas. A simples constatação de "inviabilidade econômica" é suficiente para o abandono da idéia, da iniciativa, da única solução. Não importa o quão necessária é a empreitada, ou os milhões de pessoas que seriam beneficiadas, ou a mudança do destino para toda uma região.
Precisamos retornar à época dos faraós, à época dos grandes reis do passado, dos escribas, dos deuses exigentes? Nessa época, tudo era possível se os tais queriam. Não havia possibilidades, não havia conhecimentos, não havia técnicas ou recursos, mas a coisa saia.
Temos uma realidade clara: enchentes em um lugar, seca em outra. É claro como a água que cria ambos os problemas. Que mudança de paradigma é necessária? O que precisamos para que não tenhamos mais mortes pela seca de um lado e pelas enchentes do outro? Ora, o faraó já teria mandado levar a água de um lugar para o outro. E isso já tinha saído.
Então façamos. De uma forma que nenhum faraó pudesse jamais imaginar. Construamos minis, pequenas, médias ou grandes barragens e reservatórios. Construamos dutos, dutos e mais dutos, de todos calibres. Bombas, bombas e mais bombas, das mais poderosas e redundantes. Estações elevatórias. Todo o tipo de sistema que compense o excesso de água em um lugar e a falta em outro, de forma que todos os reservatórios se compensassem, mesmo que estivessem separados por milhares de quilômetros.
O custo disso tudo? Depois veremos. Talvez se pague em longo prazo, com menos medidas de reparação de tragédias, menos vidas ceifadas. Talvez se pague com eventuais usinas elétricas nos percursos. Talvez se pague com o fornecimento de água para lavouras, para consumo. Muito provavelmente nunca se pague.
Temos técnica, temos condições de fazê-lo. Temos condições de saber com razoável antecedência onde faltará e onde sobrará água. Sabemos onde isso mais ocorre. Onde necessita existir mais barragens para conter a força da água e onde é preciso desviar cursos de rios, sempre ou sazonalmente, onde deverão ser colocada bombas mais potentes e dutos de elevado calibre para transporte de água. Sabemos onde e quando faltará água em um local e onde e quando sobrará água em outro. Temos problemas quanto à magnitude desses problemas, mas sabemos razoavelmente o quando e o onde. Então, é só superdimensionar. No Brasil, não somos especialistas no superfaturamento? Então, superfaturemos a eficiência do sistema. O que abunda não prejudica.
Será a obra colossal desse inicio de século. Será algo a ser seguido pelo resto da humanidade. Como um povo coloca a frente de qualquer coisa a sua decisão de resolver catástrofes, e põe, sobre qualquer outro paradigma, o salvar vidas, sem medidas paliativas.





terça-feira, 11 de janeiro de 2011

(Texto): A declaração do Alckmim

Faço minhas as palavras do Leonardo Sakamoto em seu blog (http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/01/11/obras-nao-ficam-prontas-em-24-horas-e-em-20-anos/) ao comentara desastrosa declaração do Alckmim, a saber: "Obras não ficam prontas em 24 horas". Repito o Sakamato, "e em 20 anos, dá tempo?"

Pessoal, não quero somente metralhar o governador com críticas. Tenho uma sugestão que, em um cálculo grosseiro, daria para se fazer até o próximo verão, se começarmos já.

No caso das marginais, é só implantarmos um sistema de escoamento de água parecido com o que existe nas Autobahns, baseando-me em uma explicação sucinta vista em um documentário estilo Discovery/NatGeo.

Nessa moderníssima estrada alemã, além do asfalto preparado para receber o fluxo elevado de veículos em altíssima velocidade, ela tem uma inclinação lateral que propicia o escoamento de água. Nas laterais da estrada há uma galeria pluvial de grosso calibre que segura a água por certo tempo, até levá-la a reservatórios maiores (sem cobrança de pedágios, mas isso é outro assunto).

No caso das Marginal Tietê, quanto de água poderíamos segurar com uma tubulação de grosso calibre, 1 metro em regiões com baixo risco e 1,5 ou 2 metros em regiões de risco mais elevado. Além disso, a cada 2 km, no mínimo, deveria haver mini-piscinões. Algo como 2 piscinas olímpicas em regiões menos arriscadas, e cerca de 4 piscinas olímpicas em regiões mais arriscadas. Lembrando que a própria tubulação de 2 km de comprimento e 1 a 2 m de diametro, já serviriam como reservatórios.

Vejamos, digamos uma tubulação cilíndrica, com diâmetro de 1,5 m e comprimento de 2 km. Comportaria cerca de 3,5 mil m3. Se for retangular, com as mesmas medidas, comportaria 4,5 mil m3, ou seja, quase 2 piscinas olímpicas. Essa água somente seria jogada nos mini-piscinões a cada 2 km se a tubulação estivesse próximo ao limite da capacidade.

Ao meu ver, o ideal era toda a Marginal Tietê ser provida dessa tubulação e mini-piscinão a cada 2 km, o que daria cerca de 47 km de tubulação e 23 mini-piscinões, mas resolveria de vez o problema, caso esse sistema fosse limpo, ao menos 2 vezes por ano, o que totalizaria cerca de 250 mil m3 de capacidade, espalhada por toda Marginal. Para complementar o sistema, dois piscinões médios em cada ponta do sistema, com pelo menos 100 mil m3 de capacidade cada, poderia até receber afluxo emergencial de regiões vizinhas, enquanto o sistema principal (da Marginal) comportasse.

Porém, se escolhêsemos, pelo menos, 10 pontos mais críticos, cinco de cada lado da Marginal, abrangendo cerca de 20 km de tubulações (mais largas, com 2 metros) e 10 mini-piscinões (dos tipos maiores, com 4 piscinas olímpicas), já daria conta da maior parte dos problemas, mas não comportaria o afluxo de regiões vizinhas.

Vejam bem, o governo citou (http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=207196&c=5322) que gastou R$ 48,4 milhões em um mega-piscinão de 500 mil m3, incluindo-se desapropriações. O sistema que cito, não requererá desapropriações, então creio que esse mesmo valor daria para fazer esse sistema, o que deveria ter sido feito junto à obra da Nova Marginal.

Acho que o sistema de mini-piscinões, localizado sempre em locais conhecidos de alagamento, poderia resolver imediatamente a maior parte desses problemas. Então, elejamos 30 pontos criticos de alagamento de médio-porte e construamos 30 mini-piscinões, com capacidade de 4 piscinas olímpicas cada. Façamos limpeza semestral mínima. Valor investido, outros R$ 50 milhões.

Com certeza, as próximas chuvas serão bem menos sentidas pela população. Pelo menos quanto ao necessário fluxo de ir e vir dos cidadãos.

Claro que os problemas de desabamentos de encostas não serão resolvidos com essa medida.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

(Texto): Sobre o PAC da miséria

Pessoal.

Dizem que a Dilma está criando o "PAC da miséria". Sem nem saber realmente do que se trata, já carreguei minha metralhadora giratória e enviei dois e-mail's iguais, um para o Ministério do Desenvolvimento Social (para a Central do Fome Zero) e outro para o site da Presidência.

Sei lá, às vezes me dá esses estalos e vou mandando e-mail. A partir de agora eu irei disponibilizar alguns aqui neste blog.

"Senhores(as) do MDS.

Quero parabenizá-los pela sua atuação em programas de erradicação da miséria em nosso país. Quero também parabenizar a presidente Dilma ao anunciar a implementação de um programa que está se chamando de "PAC da miséria".

Acredito que tais iniciativas tendem, a curto prazo, a diminuir a sensação de miséria em nosso país. Porém, a médio e longo prazo, também a meu ver, só tendem a perpetuá-la. Fico triste em perceber isso, pois creio que a tentativa, por parte do ex-presidente Lula, é legítima, de fato, embora seja simplória por fugir da ordem natural das coisas na natureza, seja humana, seja animal.

De fato, isso é contra o pensamento e a vencedora experiência que diz que uma pessoa somente valorizará uma conquista quando ela realmente a conquistar, e tenderá simplesmente a ignorar ou desvalorizar tudo que ganha de graça, sem contrapartidas. Ou seja, no futuro isso será visto como uma simples obrigação governamental e estamos só criando uma massa de pessoas que se contentarão em viver somente com essa ajuda. A longuíssimo prazo, a única diferença é que a ajuda terá de ser bem maior para que tenhamos alguma esperança de reverter a contumaz, mas totalmente racional, tendência a não valorizar aquilo que é dado de graça.

A esse respeito pergunto: Há alguma estatística que nos diga qual o percentual de pessoas que recebiam a ajuda e que agora se sustentam sem tal auxílio? Em média, após quanto tempo de ajuda isso ocorre? Há uma meta para esses números?

Outro problema que vejo nesse programa é que, em nenhum momento, nós vemos o governo citando a necessitando de implementação de um planejamento familiar entre as classes mais pobres da população, principalmente os mais miseráveis, que recebem as ajudas sociais do governo.

Não é o caso de obrigarmos os cidadãos a terem um ou dois filhos, mas um(a) chefe de família que recebe 1/2 salário mínimo de ajuda governamental para sustentar cinco filhos e decide ter mais um ou dois filhos deveria ser muito mal visto por esse programa.

Infelizmente, há de ser feito uma "lavagem cerebral", no bom sentido. Essa “lavagem cerebral” chama-se “paternidade responsável” (ou maternidade, como queiram). Nunca, uma pessoa que encara mais filhos como uma saída à sua pobreza, poderá ser valorizada. Tal pessoa, na verdade, deve é ser penalizada de alguma forma, principalmente se recebeu a devida educação social para a responsabilidade paterna (materna) e recebeu também, gratuitamente, a devida e responsável intervenção médica-farmacêutica para garantir essa paternidade (maternidade) responsável a longo prazo.

Creio firmemente que (e acredito cada vez mais, a cada dia que vejo crianças maltrapilhas e descalças nos cruzamentos das grandes cidades), antes de mais nada, antes até da liberdade individual de adultos irresponsáveis, deveria estar a garantia de uma vida digna e segura às crianças. É esse pensamento que nortearia um grande programa de paternidade responsável dentro do "PAC da miséria".

Obrigado."

domingo, 9 de janeiro de 2011

(Texto): A um certo articulista de Veja

Não sou nenhum fanático político, mas certas hipocrisias me deixaram muito irritado nessa última eleição para presidente (2010).

Principalmente a campanha escancarada, mas não confessa, que a Veja empreendeu contra o Lula, muitas vezes demonstrando que era por puro preconceito, por sua pouca educação formal. Como se isso fosse paradigma da qualidade pessoal de alguém, e mesma da competência administrativa. Senão empresas gigantescas como GM, Merril Lynch e AIG não chegariam à beira da falência, com seu batalhão de mestres e doutores à disposição.

Nessa campanha anti-Lula, engendrada pela Veja, poucos se igualaram a um certo articulista dela. Apesar de eu ter feito diversos comentários em seu blog, ele não publicou nenhum sequer. É daqueles que só funcionam, só ouvem, só falam com quem os apóiam e que os lambem.

É a esse tipo de democracia e liberdade de imprensa que me oponho. Um dos textos que enviei a seu blog, e que não foi publicado, eu apresento abaixo, com suas qualidades e defeitos, como é cabível na democracia:

"Senhor.

Talvez esteja em local errado para escrever isso tudo. Mas, o senhor não escreve em uma revista como a Veja, que se vangloria de não mentir? No entanto, obscurece a verdade. Não estamos falando então da mesma coisa? Mentira não é esconder a verdade?

E quanto à covardia da Veja, que não tem coragem de dizer, de antemão, mesmo sob pena de enviesar suas páginas, de que apóia o candidato Serra, e que assumirá essa linha? E porque essa revista tanto apregoa que o Lula e o PT desejam o fim da imprensa livre?

Ora que fanfarronice! Quem impediu em algum momento que a Veja proclamasse a visão de seus controladores. Sim, porque a liberdade de expressão apregoada pela Veja é, na verdade, a liberdade da conveniência de dirigentes. Lembra-me muito mais o J.J.Jameson, aquele dono de jornal na película Homem Aranha. Sabem do que estou falando. E estou longe de comparar o Lula ao Homem Aranha (eu não seria assim tão estúpido).

Mas, voltando ao assunto, se o digníssimo colunista é tão senhor dos números, e acha que o Serra e FHC são bastiões da moralidade e competência, diga-nos então, por exemplo, quanto ao quesito competência, o que foi feito dos bilhões supostamente ganhos com a privatização do setor elétrico e telecomunicações, e, quanto à provável resposta da eficiência privada, também nos fale se a eficiência do setor privado nesses setores se mostra tão patente. Se é assim, então porque os preços de seus serviços subiram tanto, tornando-se um dos mais caros do mundo. Ora, se era para subir estratosfericamente os preços, então as empresas públicas (na verdade economia mista) também poderiam fazê-lo. É muito fácil sermos chamados de eficientes e eficazes, quando, para melhorarmos um tanto, cobramos dois tantos. Sim, onde está a eficiência privada nisso tudo? E a elevação da produção de petróleo? Diga-nos o articulista quanto as empresas privadas, trazidas por FHC, participaram efetivamente nessa elevação. Eu falo em barris de poços descobertos e perfurados por essas empresas, sem contar bacias já prospectadas pela Petrobrás. Então, onde está a eficiência privatista do FHC e Serra?

E o Serra não muda de idéia, não mente? Ora, somente para ilustrar, e os prometidos aumentos do salário mínimo para R$ 600,00 e os 10% para aposentados? É plausível isso? Mas, o FHC não disse que os aposentados são vagabundos, se bem me lembro? E o PSDB pode nos garantir que não privatizará o BB e a CEF e, talvez, até o BNDES, da mesma forma que privatizou os bancos estaduais? O mercado financeiro tem orgasmos múltiplos ao pensar nisso. Mas, afinal não foram esses três bancos que garantiram boa parte da vitoriosa política anticrise do Lula (não sou eu que afirmo isso). Vitoriosa contra a crise financeira que os bancos privados criaram no mundo desenvolvido (sei muito bem disso)?

E onde está a eficiência privada nisso? Ela, a eficiência privada, cria as crises, matam milhões de fome, daí cobram uma fortuna para se mostrar heróica e eficaz, e depois nos dizer “tá vendo como funcionou”!!

Agora, pergunto: Já que a Veja prega a liberdade de imprensa, de expressão, de pensamento, então, não existe nenhum repórter, nenhum articulista, nenhum colunista na Veja que pode fazer essas perguntas na Veja? Ou oferecer algumas respostas, mesmo que vão de encontro ao apregoado pelo PSDB, FHC ou Serra? Não há nenhum Peter Parker por aí?"

(Texto): Explicação

Pensava em escrever somente minhas experiências na busca de meu sonho de escrever um livro. Algo especial. Algo que eu pudesse dizer "tão vendo? Era disso que eu falava."

Mas, não é assim. Não pode ser assim. Passados, sei lá, um ano, um ano e meio? E nada?

Não. Não posso dizer "e nada". Foram feitas algumas coisas. Tenho cinco ou seis coisas sendo preparadas, necessitando de cuidados, de pesquisa, de dedicação. Tenho o que fazer. Muito a fazer.

Mas, não é só isso. Não se resume só a isso meus cuidados.

De fato, não se resume só a isso meus pensamentos. Na verdade, tenho pensado muitas outras coisas. Uma miríade delas. Dirigido a diversos encaminhamentos.

Então resolvi compartilhar aqui também.

Assim, esse blog será meu repositório de idéias.

Abraço,
Francisco