sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

(Mini-Ensaio): O que aconteceu-nos?

Sim, o que se passa com a humanidade hoje em dia?
Vemos os desafios, as necessidades e as tragédias acontecendo. Os conhecemos. Sabemos e temos como amenizar, como contornar, até como resolver. Mas, ...
Mas, não o fazemos. Há sempre a questão econômica em primeiro plano. A economia tem se tornado hodiernamente um obstáculo para o desenvolvimento da humanidade, para solução de problemas mais prementes que afligem o maior número de pessoas.
Antes do "por a mão na massa", antes do “arregaçar as mangas”, paramos dias, semanas e meses a fazer contas, a buscar patrocínios, financiamentos de primeiro até vigésimo grau, com sindicalizações variadas e garantias diversas. A simples constatação de "inviabilidade econômica" é suficiente para o abandono da idéia, da iniciativa, da única solução. Não importa o quão necessária é a empreitada, ou os milhões de pessoas que seriam beneficiadas, ou a mudança do destino para toda uma região.
Precisamos retornar à época dos faraós, à época dos grandes reis do passado, dos escribas, dos deuses exigentes? Nessa época, tudo era possível se os tais queriam. Não havia possibilidades, não havia conhecimentos, não havia técnicas ou recursos, mas a coisa saia.
Temos uma realidade clara: enchentes em um lugar, seca em outra. É claro como a água que cria ambos os problemas. Que mudança de paradigma é necessária? O que precisamos para que não tenhamos mais mortes pela seca de um lado e pelas enchentes do outro? Ora, o faraó já teria mandado levar a água de um lugar para o outro. E isso já tinha saído.
Então façamos. De uma forma que nenhum faraó pudesse jamais imaginar. Construamos minis, pequenas, médias ou grandes barragens e reservatórios. Construamos dutos, dutos e mais dutos, de todos calibres. Bombas, bombas e mais bombas, das mais poderosas e redundantes. Estações elevatórias. Todo o tipo de sistema que compense o excesso de água em um lugar e a falta em outro, de forma que todos os reservatórios se compensassem, mesmo que estivessem separados por milhares de quilômetros.
O custo disso tudo? Depois veremos. Talvez se pague em longo prazo, com menos medidas de reparação de tragédias, menos vidas ceifadas. Talvez se pague com eventuais usinas elétricas nos percursos. Talvez se pague com o fornecimento de água para lavouras, para consumo. Muito provavelmente nunca se pague.
Temos técnica, temos condições de fazê-lo. Temos condições de saber com razoável antecedência onde faltará e onde sobrará água. Sabemos onde isso mais ocorre. Onde necessita existir mais barragens para conter a força da água e onde é preciso desviar cursos de rios, sempre ou sazonalmente, onde deverão ser colocada bombas mais potentes e dutos de elevado calibre para transporte de água. Sabemos onde e quando faltará água em um local e onde e quando sobrará água em outro. Temos problemas quanto à magnitude desses problemas, mas sabemos razoavelmente o quando e o onde. Então, é só superdimensionar. No Brasil, não somos especialistas no superfaturamento? Então, superfaturemos a eficiência do sistema. O que abunda não prejudica.
Será a obra colossal desse inicio de século. Será algo a ser seguido pelo resto da humanidade. Como um povo coloca a frente de qualquer coisa a sua decisão de resolver catástrofes, e põe, sobre qualquer outro paradigma, o salvar vidas, sem medidas paliativas.





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