terça-feira, 3 de novembro de 2009

(Devaneio): Escolha

Dificil escolher. Deparei com isso de repente. Percebo que minha mente não comporta tantos assuntos. Como saber aquilo que, nesse momento, me é mais caro. Menos que isso. Aquilo que, nesse momento, é menos árduo para eu desenvolver?

O problema é a falta de tempo. Por muitos anos ainda, o tempo será meu mais precioso insumo. Se não fosse assim não teria a escolha. Ao menos não de forma tão definitiva como agora. Se bem que é um definitivo temporário.

Vou explicar (se bem que creio que já deva ter falado). Estou na tentativa de escrever cinco livros. Nesse momento são cinco. Talvez sejam mais daqui a pouco, mas hoje são cinco. Um livro infantil, um livro estilo aventura, um livro estilo histórico, um livro estilo psicológico-familiar e um livro estilo técnico romanceado.

O infantil, dado o seu tamanho diminuto, eu já conclui, necessitando ilustrar. O "técnico romanceado" eu só tenho um arremedo de projeto, mas pretendo fazê-lo. Os demais estão, mais ou menos, na mesma fase.

Mas, preciso escolher entre os três. E essa escolha me paralisa, pois nem sempre tenho vontade focada em ou outro. Até escrever nesse blog me toma inspiração. Mas, eu chego lá.

É isso.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

(Poema): Escrever ou ter escrito

Queria escrever um livro.
Apenas escrever?
Ou apenas ter um livro escrito?
Importante a diferenciação.
Um, exige trabalho, além de outros recursos.
O outro, nem tanto. Exige somente os recursos.
Um, importa parar, importa pensar, importa estar disponível, importa muito.
O outro, importa uma reunião, um talão de cheque e um ego inflado.
Precisava achar uma razão.
Razão de parar. Sossegar. Sentir-me estacionado.
Há espera que ele chegue.
Razão para pensar. Raciocinar e sentir. Sentir-me pulsante.
Há espera que ele chegue.
Razão para ficar disponível. Desobstruir. Retirar as barreiras de minha mente.
Há espera que ele chegue.


Mas, nem sempre vem.
Mesmo assim, preciso parar, pensar e estar disponível.
Pois, pode vir. É ter paciência que chega.
Assim como vem, ele vai. Mas, estando livre.
Ele fica cada dia mais um pouco.
E aí, quando menos esperar.
De meu próprio trabalho, de meus próprios recursos,
Escrevi um livro.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

(Excerto): O canto pai-filhos. Primeiro objeto

Qual seria o primeiro objeto que eu colocaria em nosso cantinho íntimo de pai e filhos?

Uma cadeira. Não necessariamente uma cadeira. Melhor uma poltrona. Mais de uma. Deve existir uma para cada um de nós. Um assento para nos espaldar. Precisamos sempre proteger nossas costas e nádegas. É muito importante.

Ao nos entregar ao diálogo franco muitas coisas podem chegar de forma abrupta. Se estivermos em pé podemos cair de bunda ao chão. Melhor então já termos algo devidamente embaixo de nós, que nos resguarde do empuxo da gravidade, nos segurando e protegendo de uma possível quebradura de bacia.

Ao mesmo tempo, os assuntos são jogados frente-a-frente. Quase sempre, com o costume do debate e da sinceridade, poucas coisas chegarão a nós de maneira tão abrupta ou intensa a ponto de nos empurrar para trás. Mas, o ser humano guarda dentro de si segredos, e os tais demoram muito a ser revelados, alguns nunca o serão.

Um segredo guardado há muito tempo por nossos filhos pode ser de tal forma inesperado que podemos cair para trás ao procurarmos apoio para “segurar o rojão”. Essa é a função de nosso espaldar salvador. Recentemente necessitei muito de uma poltrona para me apoiar, mas ainda não havia instalado o nosso canto. Cai de traseiro ao chão e, como se não fosse suficiente, tombei para trás. Tenho dores no cóxis por causa desse baque. Nem sei se conseguirei recuperar os hematomas na minha nunca das conseqüências da queda para trás.

Acreditem, uma poltrona é essencial nesse cantinho pai e filhos. E há também o risco de acidentes ocasionados por fatos da própria vida. Sim, pois, em minha idéia, após acostumarmos ao nosso cantinho, a todo instante estaremos nele. Tudo que diga respeito a nossa convivência, ao interesse de nossa relação, a eventos e fatos que possam alterar nossa comunicação devem ser solucionados, ou pelo menos entendidos, como se estivéssemos em nosso canto.

Assim, as tristes confissões de erros, comunicações de doenças trágicas ou separações inevitáveis não serão motivos para tantos arranhões, tantas contusões, tantos traumas, pois sempre estaremos protegidos pela mágica e confortável poltrona de nosso cantinho.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

(Mini-Ensaio): O início

Como iniciar é tão ou mais importante do que como terminar. O começo determina se o leitor continuará a ler o livro, e o término determina se o leitor lerá outros livros do mesmo autor. Assim o começo deve ser arrebatador ou intrigante ou instigante ou tudo isso, e mais um pouco.

Dependerá muito da trama escolhida. Opções que analiso:

Como um prólogo: Ou seja, uma pausa inicial para explicar algumas coisas cruciais ao entendimento da trama. Posso colocar fatos muito anteriores que o leitor necessitará saber para melhor se situar ou somente explicar ou discorrer sobre o momento atual vivido pelos personagens. É interessante, mas acho que ele deve se fundir com outro estilo de início.

Como um epílogo: Creio ser muito perigoso para um iniciante como eu, pois talvez não tenha tarimba para dar corpo à estória ao contar já o final. Certamente, não iniciaria assim.

No ápice da trama: Significa iniciar quase no final. Muito interessante e geralmente prende as pessoas na cadeira em filmes de ação ou suspense. É importante saber onde ocorre o ápice sem correr o risco de contar o final. A questão é: serei obrigado a criar um ápice, assim o enredo de fundo ficaria mais obscurecido e a minha veia imaginativa deveria estar bem mais aflorada do que está no momento.

Em um momentâneo ocaso: Como assim? Na verdade não tenho uma idéia clara sobre isso, mas talvez a estória encontre-se em um momento em que nada interessante estaria acontecendo. Seria o momento entre um evento de quase ruptura e outro de total ruptura, ou seja, dois eventos muito importantes ao contexto em análise. Como exemplo, veja o início do Senhor dos Anéis. É em um momento de ocaso da trama que se inicia o livro. Seria um longo prólogo, com algumas coisas interessantes acontecendo, mas nada que fosse determinante. Para mim é arriscado e pode enfastiar o leitor.

Em uma reviravolta na estória: Teria de criar uma reviravolta na estória e iniciá-la nesse momento. É factível? Como fazer? A estória nem bem começou e já é virada do avesso. Mas, é interessante. Deve-se ou exige-se um pequeno prólogo, pois se há que se revirar tudo, então se deve ter algo a se revirar, certo? Uma pequena explicação da vida até aquele momento. É um fato, ou um novo personagem que muda tudo em pouquíssimo tempo, já no primeiro capítulo?

Só perguntas. Mas, são as perguntas que movem o mundo...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

(Mini-crônica): Estréia

Procuro, procuro...

Quero "cueca sensual". O browser me informa 39 mil possibilidades de imagens. Lógico, só quero as imagens. Mas, queria as imagens mais picantes, mais despudoradas, mais flagrantes possíveis.

Xi! Tá travada a diminuição no rigor do filtro das imagens. Coisa da empresa. Meu coração bate aos pulos. É medo de ser pega em uma dessas auditorias de sistema. O que eu faria?

Tudo bem. Entro em uma loja virtual de peças intimas masculina. E o que tem uma mulher querer comprar uma sunguinha sensual para seu marido?

Pronto! Arranjei a desculpa para olhar, olhar e olhar. Caramba! Mas, esse site é de Portugal. Acho que ninguém iria acreditar que estou pensando em viajar a Portugal e comprar uma cueca transparente. Melhor parar. Só vou olhar mais duas fotos. Só isso.

O que! Bloquearam a exibição da foto. Uma simples foto de modelo de cueca? Que paranóia. Ai! Acho que meu login deve estar já em relatório da auditoria e logo estará na mesa de meu chefe. Porque faço isso? Vou só olhar mais uma foto, prometo. Acho que essa não vão proibir. Oficialmente, continuo procurando algo para esquentar meu casamento.

- Milene, dá uma chegada em minha mesa.

Meu chefe chama de supetão. Estava estirada na cadeira. Com o susto e o pânico que me tomou conta a cadeira tomba e caio para trás com as pernas para cima.

O pessoal, ao ver aquilo, vem correndo ver o que aconteceu. Está machucada? A cadeira quebrou?

A Rute foi a primeira a olhar para o monitor. Dá de cara com um pênis enorme pulando na tela (acho que ver só cuecas não foi suficiente). - O que você tá procurando querida? Todos olham para o monitor e se esquecem de mim, ao menos diretamente.

Travo embaixo da mesa. Acho que desmaiei. Quando dei por mim estava deitada na sala do ambulatório. A Rute do meu lado. Fez questão de ficar lá, só para comunicar:

- O Chefe iria te promover a sua substituta!

Iria.

Foi a minha estréia de vexames em público.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

(Mini-Ensaio): A trama investigativa

Tem um tipo de estória que gostaria de abordar em uma provável trama investigativa: O personagem busca algum mistério em um drama/romance ambientado em um momento específico da história universal.

Mas, isso é um típico "O Nome da Rosa" do Umberto Eco?

Sim. Mas, isso não retira o enorme grau de dificuldade em se escrever uma trama dessas. Necessitaria ler muito sobre o momento histórico, o ambiente, os costumes, mil coisas que estão longe de nossa realidade, mas, ao mesmo tempo, trazer os personagens um pouco ao nosso convívio atual, para que os leitores tivessem algum afinidade com eles.

A idéia é criar uma estória mais do tipo descrito na série de livros "Ramsés" , onde o desejo do autor, é ambientar o leitor ao antigo Egito. Nem haveria necessidade de ser original, já que o Christian Jacq (autor de Ramsés) nunca teria a pretensão de estar falando algo novo, do ponto de vista científico, mas o interessante é prender a atenção do leitor com algo instigante e aparentemente provável de ser verdade. Ao mesmo tempo prenderia pelo drama pessoal que apresentaria. Poderia ser perturbador para muitos, mas daria a chance de um grande público conhecer uma possibilidade interpretativa de nossa história.

É isso. Depois falo mais de dois temas que pretendo trabalhar, um para a trama psicológica e a outra para a investigativa histórica.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

(Devaneio): Beco

Pessoal.

Encontro-me em um tremendo beco sem saída.

Ou melhor, meu beco tem quatro saídas. Mas, cada uma tem uma dificuldade diferente em graus variados.

Sério. Parei aqui e não sei para onde ir. Por onde continuar.

O fôlego que tinha algumas semanas atrás parece que foi totalmente gasto. Para tentar vencer um dos quatro obstáculos teria de conseguir um cilindro de oxigênio aqui por perto.

Mas, meu beco está totalmente deserto. Não tem nada por perto. Terei de me arranjar desse jeito mesmo.

Estou analisando os obstáculo para ver qual deles eu vou encarar dessa vez. Ou será que volto pra trás e sigo outro caminho. Um quinto?

Melhor não. Tá mais do que na hora de passar essa fase de introdução e entrar na transpiração do processo.

Falo da pesquisa que meus escritos estão a exigir de mim. Principalmente o primeiro deles. Está parado há mais de um ano a espera de um bem-vinda pesquisa histórica para vencer alguns obstáculos.

Sei lá! O que é mais difícil: pesquisar o modo de vida de seres humanos na Suméria; pesquisar sobre sobrevivência em um deserto; pesquisar sindrome de pânico ou psicologia de pais e filhos?

Sei lá! Acho que vou fingir de morto por uns dias. Quem sabe o sol, que está começando a apontar, recarrega em parte minhas baterias !

É isso.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

(Poema): Queria

Decerto queria. E como pedia!
Decerto desejava. E como implorava!
Mais de uma vez eu mostrei. Eu até apontei!
E se a mim castigasse. E se depois perdoasse.

Poderia suplicar. Continuar a esperar.
Para sempre, pudera! Se meu passado já dera.
O futuro aguardaria. Outras vezes arriscaria.

Mas, para mim não olha. Na verdade afasta.
Mesmo que grite. Mesmo que ao chão me espalhe.

A mim só me resta. É lembrar para sempre. O quanto eu queria.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(Mini-Ensaio): Tipo de trama

Pessoal, começo a expor como se dá para mim o processo de criação de um texto.

Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que pretendo apenas apresentar um ensaio. Menos que isso, um "mini-ensaio". Assim, meu texto não pode ser submetido aos rigores acadêmicos ou científicos, como necessidade de documentos ou provas empíricas ou raciocínio dedutivo. Trata-se apenas uma apresentação de minhas idéias e conceitos.

Se alguém achar interessante, use como desejar...

Tudo começa com a escolha da trama. Não a trama real ou o enredo, mas o tipo de trama. Tenho duas predileções, a psicológica e a investigativa, se é que dá para separá-las.

A trama psicológica tende a agradar-me mais em momentos que necessito de um maior autoconhecimento, em geral, quando estou mais ou menos deprimido. Porém, tenderia a ficar longos períodos sem escrever e poderia chegar a um beco sem saída.

Pode ser muito enriquecedora se tivesse a oportunidade de escrever sempre que sentisse necessidade de mais introspecção, mas ficaria vazia se não tivesse estas ocasiões. E, infelizmente, ou felizmente, é isso que geralmente ocorre.

A trama psicológica exige menos investigação e pode ser tocada somente com devaneios, sendo então, ao final das contas, um afundamento maior em mim mesmo. Ou pode se ater a um personagem no qual possa me espelhar parcial ou totalmente, ou ainda abordar um tipo de personalidade que desejo estudar. Esta última opção é a forma mais interessante, mas exige muito mais imaginação de minha parte e alguma investigação. Pede também a criação de uma parafernália de eventos que minimamente se interliguem e consolidem os problemas da personagem.

Outro problema de uma trama psicológica seria: Cria-se ou não um herói? Ou seja, o leitor sentirá empatia por ele, mesmo sendo um assassino? Esta é uma dificuldade.

Normalmente, pensava que poderia simplesmente construir uma trama psicológica baseando-se em meus devaneios. Achava que, com uma vida real intrincada como a minha poderia facilmente escrever desta forma. No entanto, percebi que, na verdade, minha vida não é assim tão rica de eventos que justifique um romance, embora possa rechear algumas crônicas.

Tenho então de imaginar outra formas e a opção por uma trama psicológica baseada em personagens fictícos é, apesar de trabalhosa, muito desafiadora e empolgante.

Pessoal, tenho mais a falar, mas meu tempo se esgotou. Voltarei em outros mini-ensaios.

Obrigado,
É isso...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

(Devaneio): O que estou fazendo.

Ora pois. Estou a escrever...

Mas, mais do que isto. Estou realizando algo. Não direi uma vocação, porque realmente ainda não sei se tenho vocação para ser escritor.

Assim, estou apenas criando e mantendo um objetivo para minha vida.

Quando criança achava que, já que eu estava vivo, haveria algum grande objetivo que eu deveria conquistar ou realizar em algum momento.

Parece mentira, mas o pequeno Francisco, com oito ou nove anos, pensava dessa forma. E ficava contente de estar vivo, pois acreditava piamente que as coisas se encaixariam de alguma forma para a realização dessa grande meta.

Bem! Muitos anos depois, eu já não tenho toda essa certeza. Muito pelo contrário. Até alguns dias achava que a única possibilidade realizar ou deixar alguma realização em vida se resumia a meus filhos.

Nada me ajudava a pensar diferente. Realmente, as chances ou alternativas que esperava não surgiram, e as poucas que a muito custo consegui criar serviram tão-somente para minha subsistência, a quais não posso reclamar.

Mas, acho que ainda há uma luz no fim do túnel. Se não for um trem vindo em minha direção, talvez seja a alternativa ou a chance para realizar ao algo diferente nessa vida. E, no momento, a literatura me parece essa luz.

No entanto, na hora que vou escrever, um pequeno demônio me instiga a ficar quieto e parar. Porém, se resisto a ele e começo a digitar, o texto logo começa a fruir, logo o demoniozinho vai se apagando, se finando. Ele nunca morre totalmente. Ao menor sinal de cansaço retoma e quer me tirar do papel.

São muitos anos. Muitos vícios. muito ranço se acumulou entre aquele garotinho de nove anos e esse senhor de quarenta e dois. Então não será fácil retirar essa cortiça que se formou em meu caule. Mas, tenho que começar.

É isso.
Por enquanto...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

(Mini-crônica): Mudança de rotina

Foi no almoço. Como sempre, com pressa. Como sempre, sem fome, e assim, sempre como, meio que por obrigação.

Naquele dia também seria assim. Obrigo-me a ir. Saio da mesa no mesmo horário. Meu médico disse que o importante é a rotina. É o costume. É o vício que impulsiona nosso corpo. Estranho, então não tenho como deixar o cigarro? Estranhamente, sim. É só quebrar a rotina. Mas, aí eu não como, sempre.

Certo, naquele dia eu tentei manter a rotina. Mas, quando o elevador abriu, surgiu o Luca, meu chefe alemão, que como sempre, sempre come mais tarde. Me segurou mais dez minutos.E cheguei atrasado na saída do prédio.

Cheguei atrasado ao encontro marcado. Marcado com meu estômago.

Mas, quem apareceu foi ela.Ela foi quem apareceu. E não minha fome. E fiquei faminto. E fiquei sem pressão. E, se não fosse o corrimão, viraria piada.

Mas, ela passou. O cabelo, a cintura, os quadris, as coxas, os quadris, a cintura, o cabelo... E a fome apertando. E a boca virou uma lagoa.

"Onde vamos almoçar hoje?", perguntou o colega.

"Tô morrendo de fome", foi só o que consegui dizer.

Espanto geral.


Meu médico estava errado. Melhor mesmo, para aumentar a fome e deixar de fumar, é mudar a rotina.

(Devaneio): Até o momento

Essa semana decidi fazer outro investimento para continuar escrevendo.

O primeiro investimento, foi a compra de um netbook. Fiquei alguns meses só pesquisando, comparando, olhando, desejando. Mas, achava que o objetivo não justifica o custo.

Afinal, quantas vezes desejei começar a escrever, escrevia em um caderno e abandonava?
Muitas. Mas, um caderno é baratinho.

Porém, um netbook compra uns 300 cadernos.

Aí... minha mãe estava para vir nos visitar no Brasil (ela mora nos EUA). O preço do netbook lá fora é cerca da metade aqui no Brasil (uns 150 cadernos). Perguntei para ela se poderia pesquisar nas lojas da região onde ela mora. Só pesquisar.

Mas, quando menos esperava, minha mãe já tinha comprado o danado do aparelho. E lá fui ter de gastar.

Tudo bem. Isso foi a gota d'água para me decidir de vez. Inseri na minha vida o objetivo de escrever, mesmo ao ritmo de um ou dois parágrafos por dia.

E aí ... fiz um segundo investimento essa semana. Assinei um serviço de internet sem fio (wi-fi). Para eu poder escrever e consultar internet em cafés e shoppings, onde eu mais ficarei, com certeza. Sempre tenho uma dúvida sobre um assunto ou esqueço uma palavra, e é só consultar a internet. Fica um pouco mais fácil.

E acresci mais uma gotinha para me obrigar a continuar escrevendo.

Quem sabe, de gotinha em gotinha eu acabo por encher uma tacinha.

Tim! Tim!

É isso!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

(Excerto): A Floresta

Ok, pessoal.

Conforme eu prometi estou divulgando um trecho do primeiro capítulo de um dos quatro livros que estou escrevendo.

É algo embrionário. A idéia surgiu meio sem querer, à velha maneira de contar estória para os filhos. Minha filha pediu para eu contar uma estória enquanto esperávamos minha esposa no carro e aí saiu essa estória. Não bem essa, mas apenas uma versão muito resumida, para que tivesse começo, meio e fim. Ela gostou e ficou criando versões da estória (ela adora fazer isso).

A idéia é que seja uma fábula, ou seja, será direcionada a um público mais jovem e terá uma “moral da história”. No começo é bem descritiva, mas, no passo que estou, pretendo inserir algumas aventuras.

Esse excerto chama-se “A Floresta”.

Abraço a todos.


A Floresta
Existia, há muito tempo, aqui, nestas mesmas terras onde labuta nosso povo, um imenso e verdejante bosque. Na maior parte de seu chão nunca havia pisado um pé humano. E em muitas partes, dizia-se, existiam animais que nenhuma pessoa tinha posto os olhos. Mas, era muito mais que um simples bosque, mais que uma mata comum, talvez mais que uma floresta.


Mas, era assim mesmo que ele era chamado: A Floresta. Simples, sem outros adjetivos do tipo: “Encantada”, “Negra”, “Brilhante”, “Mãe”, ou qualquer outra coisa. Como sabemos nosso povo nunca foi muito imaginativo.

Mas, havia motivo para tanto, pois, como nomear algo que mereceria todos os nomes, caso se fizesse justiça? Ela era “encantada”, pois nunca se tinha certeza do que poderia se encontrar em seu interior. Ela era “negra”, pois, em alguns lugares, quase nenhuma claridade chegava ao chão, filtrada pela copa das árvores. Ela era “brilhante”, pois, na primavera e no verão, a luz do sol batia em sua folhagem e nas incontáveis árvores floridas e parecia que um arco-íris havia caído do céu em cima das árvores. E ela era “mãe” pelos motivos que exponho abaixo.

Dessa floresta sustentava-se o povo. Sabia que dela poderia se tirar do que necessitasse. Sabia-se que dela vinham bênçãos que alimentavam as crianças, que refrescavam os trabalhadores cansados, que curavam os enfermos e até os moribundos. Precisava de algo? Busca na floresta, falava-se. Estás com dor de barriga? Busca na floresta a folha que cura. Havia os mestres que conheciam todas as folhas boas para o corpo, todos os animais bons para o trabalho, os bons para guarda, os bons para alimentação, todas as madeiras boas para construção, todos os fios bons para tecer.

Sabia-se também que, não a respeitando, poderia também advir muitos castigos. Estou certo de que o que passamos agora advêm dessa falta de respeito para com a nossa Floresta-Mãe.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

(Devaneio): Que dificuldade !!

Peripécias para achar tempo e local para escrever.

Como disse, relatarei aqui o que fiz e faço para a realização de meu sonho de escrever um livro.

O que foi que disse mesmo? Foi escrever? Ah! Sim, é isso mesmo! Meu sonho é escrever um livro. Publicar é outra coisa. Até não é tão difícil (mas, isso merece um post). Publicar em uma grande editora? Vai sonhando! Vender o livro? Sonha mais um pouquinho!

Mas, nesse momento, minha dificuldade é escrever. Nem tanto escrever, mas ter tempo e encontrar um bom local para escrever.

O único tempo que consegui descolar foi meu horário de almoço. Tenho uma hora de almoço. Almoço em meia hora e tento escrever no resto (digamos que, às vezes e quase sempre, eu acrescente uns minutinhos a mais a minha "hora de almoço", mas não deixem meu chefe saber!)

E isso é suficiente? Claro que não. Demoro um tempo para me situar, para ligar o notebook, para reler onde parei, e pensar no fio deixado no dia anterior. Quando vou começar a escrever de fato, tenho mais dez minutos. Aí, não há tesão que resista.

E local? Bom, na hora do almoço só posso escrever no shopping onde almoço. E não poderia ser diferente, pois onde poderia abrir um notebook com um mínimo de segurança? Vivo em São Paulo e um aparelho desse ainda atrai muita atenção, principalmente de ladrões.

Retomarei esse assunto, pois, acabou meu tempo.

Até mais.



terça-feira, 4 de agosto de 2009

(Mini-crônica): E contra os cabelos!

Pois bem, segue a minha revolta contra os cabelos.

A começar pelo meu, com seus caracóis desgrenhados, com seu crescimento desregulado, um chumaço a me lembrar que eu poderia ser melhor, ou, pelo menos, mais bem concebido.

Levanto-me pela manhã achando que sou o último biscoito do pacote. Enquanto não olhar os tristes tufos que enfeitam minha cabeça esse pensamento poderia muito bem continuar a vicejar em meu cérebro.

E não teria porque não pensar assim. Pela manhã posso sentir-me disposto ou cansado, ou um ou outro, sendo que os dois são facilmente resolvidos, ou com um bom dia de atividades ou com mais algumas horas de sono. Porém, a massa de pelos que me cobre o topo nada pode melhorar. E banhos e cremes de enxague e cremes sem enxague e cremes durante o enxague e seca daqui e molha dali e penteia de lá e arruma de cá e vem minha filha e desarruma tudo.

“E que tipo de shampoo você quer meu bem?", pergunta-me Raquel. "Qualquer um, o que pode melhorar essa cabeleira?".

Mas, tem também o cabelo dos outros. Principalmente de Raquel, que é maravilhoso, diga-se de passagem. Porém, somente enquanto está na cabeça dela, porque teima em cair pelo chão e nas frestas de tudo. Por todo lugar encontro longos fios negros. A entupir canos e tubos e ventiladores e aspiradores de pó. Ter mulher com cabelos longos é para pessoas que não se importam em pisar em tapetes de cabelo pelo chão.

“Raquel, não seria bom você usar um lenço na cabeça, como as muçulmanas?", pergunto a Raquel. "E não seria bom você ir lamber sabão?".

Tudo bem, Raquel está perdoada. Há um preço a pagar para embrenhar-me naquela maciez. Há um preço a pagar pela visão do brilho negro a cair em suas costas. Há um preço para sentir o aroma maravilhoso que vem de seus fios recém-lavados. Há um preço para minha contemplação.

E quanto a mim, é melhor devotar-me à santa ordem dos carecas e assim poder continuar, pelo resto do dia, com a ilusão da manhã e ainda estar certo de que nada se modificou em minha cabeça desde a hora que iniciei meu sono.

(Devaneio): Objetivo

Senhores (e senhoras, e senhoritas, principalmente) ...

O
objetivo deste post é traçar o verdadeiro motivo do blogueiro que vos fala.

Trata-se de um escritor?

Não totalmente. Mas, de um escritor em formação.

Os senhores (e demais) serão testemunhas da gestação e nascimento de um escritor, a saber:
Eu próprio.

Assim, apresentarei aqui vários
projetos de livros que estou escrevendo ou pretendo escrever. São apenas idéias, ou são coisas que começam a adquirir vida, embora ainda um pouco disformes.
Logicamente, não os brindarei com textos completos, mas apenas pequenos trechos,
projetos dos livros e "algos" mais...

Mas, não fiquem tristes. Também colocarei pequenos textos completos, as chamadas
mini-crônicas ou mini-ensaios.

É só isso.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

(Devaneio): Tô começando

Mas é um ideal ou um sonho?

E o que importa?

Nesse momento começo a divulgar as andanças que empreendo na conquista de um sonho, que veio de um ideal.


O ideal, para mim, é algo que começa como um pensamento, que fica cutucando a cabeça, que passa a direcionar uma atitude, que muda ou consolida seu comportamento e que, finalmente, se identifica contigo mesmo. Você passa a se orientar por ele e ele é orientado por você. Não tem como ser diferente. Não há como mentir para ele.


Acho que passei por essa fase. Conclui agora, nesse último Julho. Nas minhas últimas férias.


Percebi que aquela ideia que cutucava minha cabeça desde os quinze anos, ou menos. Que direcionou muitas atitudes em minha vida. Que mudou a forma como eu pensava orientar meu futuro profissional, quando, por exemplo, muitas vezes estava em dúvidas sobre se fazia ou não fazia mestrado, e coisas e tal. Que foi modificando meu comportamento nos últimos anos. Até consolidar-se recentemente nas últimas semanas.


E assim, finalmente, eu passar a identificar-me totalmente com esse ideal. Hoje, sinto-me como uma supernova. Ainda, de forma desembestada, espalho para todo canto todas as coisas que acumulei nesses anos. Por isso, essa nova identidade ainda está se consolidando. Mas, já estou pronto para transformar esse ideal em um sonho.


Na verdade, já estou a plenos pulmões dentro do meu sonho, guiado por meu ideal.


Tenho o sonho de publicar um livro. Esse é meu sonho. Não disse que pretendo ficar rico vendendo livros. Não espero sequer tê-los em listas de vendas. Mas, tenho o ideal de ser reconhecido como escritor. Esse é apenas um dos ideais que surgiram do ideal primevo, da idéia que cutucou e cutuca minha cabeça e que influenciou e está mudando meu comportamento. E tal ideal é ser feliz comigo mesmo. É ter orgulho de mim mesmo. É poder sentir-me realizado com a minha pessoa.
Só isso, mas não sabem como é dificil para mim.