terça-feira, 11 de janeiro de 2011

(Texto): A declaração do Alckmim

Faço minhas as palavras do Leonardo Sakamoto em seu blog (http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/01/11/obras-nao-ficam-prontas-em-24-horas-e-em-20-anos/) ao comentara desastrosa declaração do Alckmim, a saber: "Obras não ficam prontas em 24 horas". Repito o Sakamato, "e em 20 anos, dá tempo?"

Pessoal, não quero somente metralhar o governador com críticas. Tenho uma sugestão que, em um cálculo grosseiro, daria para se fazer até o próximo verão, se começarmos já.

No caso das marginais, é só implantarmos um sistema de escoamento de água parecido com o que existe nas Autobahns, baseando-me em uma explicação sucinta vista em um documentário estilo Discovery/NatGeo.

Nessa moderníssima estrada alemã, além do asfalto preparado para receber o fluxo elevado de veículos em altíssima velocidade, ela tem uma inclinação lateral que propicia o escoamento de água. Nas laterais da estrada há uma galeria pluvial de grosso calibre que segura a água por certo tempo, até levá-la a reservatórios maiores (sem cobrança de pedágios, mas isso é outro assunto).

No caso das Marginal Tietê, quanto de água poderíamos segurar com uma tubulação de grosso calibre, 1 metro em regiões com baixo risco e 1,5 ou 2 metros em regiões de risco mais elevado. Além disso, a cada 2 km, no mínimo, deveria haver mini-piscinões. Algo como 2 piscinas olímpicas em regiões menos arriscadas, e cerca de 4 piscinas olímpicas em regiões mais arriscadas. Lembrando que a própria tubulação de 2 km de comprimento e 1 a 2 m de diametro, já serviriam como reservatórios.

Vejamos, digamos uma tubulação cilíndrica, com diâmetro de 1,5 m e comprimento de 2 km. Comportaria cerca de 3,5 mil m3. Se for retangular, com as mesmas medidas, comportaria 4,5 mil m3, ou seja, quase 2 piscinas olímpicas. Essa água somente seria jogada nos mini-piscinões a cada 2 km se a tubulação estivesse próximo ao limite da capacidade.

Ao meu ver, o ideal era toda a Marginal Tietê ser provida dessa tubulação e mini-piscinão a cada 2 km, o que daria cerca de 47 km de tubulação e 23 mini-piscinões, mas resolveria de vez o problema, caso esse sistema fosse limpo, ao menos 2 vezes por ano, o que totalizaria cerca de 250 mil m3 de capacidade, espalhada por toda Marginal. Para complementar o sistema, dois piscinões médios em cada ponta do sistema, com pelo menos 100 mil m3 de capacidade cada, poderia até receber afluxo emergencial de regiões vizinhas, enquanto o sistema principal (da Marginal) comportasse.

Porém, se escolhêsemos, pelo menos, 10 pontos mais críticos, cinco de cada lado da Marginal, abrangendo cerca de 20 km de tubulações (mais largas, com 2 metros) e 10 mini-piscinões (dos tipos maiores, com 4 piscinas olímpicas), já daria conta da maior parte dos problemas, mas não comportaria o afluxo de regiões vizinhas.

Vejam bem, o governo citou (http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=207196&c=5322) que gastou R$ 48,4 milhões em um mega-piscinão de 500 mil m3, incluindo-se desapropriações. O sistema que cito, não requererá desapropriações, então creio que esse mesmo valor daria para fazer esse sistema, o que deveria ter sido feito junto à obra da Nova Marginal.

Acho que o sistema de mini-piscinões, localizado sempre em locais conhecidos de alagamento, poderia resolver imediatamente a maior parte desses problemas. Então, elejamos 30 pontos criticos de alagamento de médio-porte e construamos 30 mini-piscinões, com capacidade de 4 piscinas olímpicas cada. Façamos limpeza semestral mínima. Valor investido, outros R$ 50 milhões.

Com certeza, as próximas chuvas serão bem menos sentidas pela população. Pelo menos quanto ao necessário fluxo de ir e vir dos cidadãos.

Claro que os problemas de desabamentos de encostas não serão resolvidos com essa medida.

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