segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

(Texto): Sobre o PAC da miséria

Pessoal.

Dizem que a Dilma está criando o "PAC da miséria". Sem nem saber realmente do que se trata, já carreguei minha metralhadora giratória e enviei dois e-mail's iguais, um para o Ministério do Desenvolvimento Social (para a Central do Fome Zero) e outro para o site da Presidência.

Sei lá, às vezes me dá esses estalos e vou mandando e-mail. A partir de agora eu irei disponibilizar alguns aqui neste blog.

"Senhores(as) do MDS.

Quero parabenizá-los pela sua atuação em programas de erradicação da miséria em nosso país. Quero também parabenizar a presidente Dilma ao anunciar a implementação de um programa que está se chamando de "PAC da miséria".

Acredito que tais iniciativas tendem, a curto prazo, a diminuir a sensação de miséria em nosso país. Porém, a médio e longo prazo, também a meu ver, só tendem a perpetuá-la. Fico triste em perceber isso, pois creio que a tentativa, por parte do ex-presidente Lula, é legítima, de fato, embora seja simplória por fugir da ordem natural das coisas na natureza, seja humana, seja animal.

De fato, isso é contra o pensamento e a vencedora experiência que diz que uma pessoa somente valorizará uma conquista quando ela realmente a conquistar, e tenderá simplesmente a ignorar ou desvalorizar tudo que ganha de graça, sem contrapartidas. Ou seja, no futuro isso será visto como uma simples obrigação governamental e estamos só criando uma massa de pessoas que se contentarão em viver somente com essa ajuda. A longuíssimo prazo, a única diferença é que a ajuda terá de ser bem maior para que tenhamos alguma esperança de reverter a contumaz, mas totalmente racional, tendência a não valorizar aquilo que é dado de graça.

A esse respeito pergunto: Há alguma estatística que nos diga qual o percentual de pessoas que recebiam a ajuda e que agora se sustentam sem tal auxílio? Em média, após quanto tempo de ajuda isso ocorre? Há uma meta para esses números?

Outro problema que vejo nesse programa é que, em nenhum momento, nós vemos o governo citando a necessitando de implementação de um planejamento familiar entre as classes mais pobres da população, principalmente os mais miseráveis, que recebem as ajudas sociais do governo.

Não é o caso de obrigarmos os cidadãos a terem um ou dois filhos, mas um(a) chefe de família que recebe 1/2 salário mínimo de ajuda governamental para sustentar cinco filhos e decide ter mais um ou dois filhos deveria ser muito mal visto por esse programa.

Infelizmente, há de ser feito uma "lavagem cerebral", no bom sentido. Essa “lavagem cerebral” chama-se “paternidade responsável” (ou maternidade, como queiram). Nunca, uma pessoa que encara mais filhos como uma saída à sua pobreza, poderá ser valorizada. Tal pessoa, na verdade, deve é ser penalizada de alguma forma, principalmente se recebeu a devida educação social para a responsabilidade paterna (materna) e recebeu também, gratuitamente, a devida e responsável intervenção médica-farmacêutica para garantir essa paternidade (maternidade) responsável a longo prazo.

Creio firmemente que (e acredito cada vez mais, a cada dia que vejo crianças maltrapilhas e descalças nos cruzamentos das grandes cidades), antes de mais nada, antes até da liberdade individual de adultos irresponsáveis, deveria estar a garantia de uma vida digna e segura às crianças. É esse pensamento que nortearia um grande programa de paternidade responsável dentro do "PAC da miséria".

Obrigado."

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