quarta-feira, 20 de abril de 2011

(Devaneio): Para não dizer que nada fiz

Exato.

Quero usar essa meia hora diária que posso dedicar àquilo que gostaria de dedicar oito horas, a saber, meu ócio criativo, para relatar o que tenho feito.

Nos últimos tempos tal ócio criativo se resume a escrever.

Mas, não era somente esse o meu objetivo. É que atualmente não posso me afeiçoar a ideias ufanistas, a saber, coisas como cursos de Astronomia amadora, acampamentos de observação, equipamentos, cursos de história ou filosofia, fotografia, violão, jardinagem, e toda uma miríade de coisas que realmente me faria acreditar que existe felicidade na Terra.

Então dedico-me àquilo que me exige menos, a escrita. Para ela, somente preciso parar essa meia hora de almoço livre e escarafunchar a cachola, tirando leite de pedra com rapidez. Nem sempre acontece. E muitas vezes o leite que saí é tão ralo que não alimenta nem filhote de sagui. Ou então, sai um leite estragado, já curtido há anos e que nem para coalhada serve. Apesar disso, mesmo assim, muitas vezes é esse leite que apresento.

Hoje sentei-me para continuar o livro "Suméria" (provisório) que estou escrevendo a gigantescos passos de formiga. Falo isso, por que, como já disse, utilizo a meia hora diária e nada mais. Assim, chegar aonde cheguei, para mim é uma gigantesca conquista. Mas, quando olho a numeração da página, vejo um número 34. Se pensar que estou nisso há mais de dois anos, acho que minhas perninhas de formiga precisam de mais preparo.

Não tem nada não! Sei que terminar não é o objetivo. Se terminar um dia, seria uma consequência de estar vivo. Só por isso já seria bom. Se bem que esse livro, mais cedo ou mais tarde, vai depender de uma dedicação maior do que esses 30 minutos.

Ou então eu termino a fórceps. Retiro-o de mim de qualquer jeito, ensanguentado e subnutrido, mas que deve sair de meu ventre ou morrer lá dentro. Como fiz com o meu livro de Contos.

Com ele, ao chegar às 92 páginas, decidi extrai-lo, como a um dente podre. Ele cumpria seu papel e servia para mastigar uma coisa ou outra, mas, na maioria das vezes, somente atrapalhava a mastigação e seus abcessos já foram causa de uma outra complicação. Então "sarta fora". "Vai pro mundo fio".

Mandei ele para um site que diz apresentar obras a centenas de editoras pelo mundo afora. Fiz apresentação, sinopse, currículo, botei foto, coloquei um trecho do danado, converti o .doc em .pdf. Minha única recomendação: Não apresentar o livro para agenciadores ou editoras que só querem arrancar uns trocados para imprimir meu livro. Ou seja, uma verdadeira gráfica.

Nesse momento não. Daqui a seis meses... Quem sabe?!

Vai que a Record ou a Cia. das Letras leem e gostam do bichinho! Não vou já queimar o filme pagando R$ 2.000,00 para alguém soltar o livro. E esperar vender 500 cópias para recuperar esse investimento? Sabe quando isso acontecerá (a venda de 500 cópias)? Nun...

Mandei também o livrinho que escrevi baseado na Kaká. Eu achei ele bem bonitinho. É a cara dela quando tinha seis ou sete anos. Pena que, a partir de agora, acima dos oito anos, se distanciará cada vez mais do que escrevi.

Bom, até agora somente uma editora entrou em contato. Justamente uma dessas que tenho de pagar R$ 2.000,00 para ter o livro publicado e divulgado. Sacanagem do site? Não creio. Continuarei confiando.

Vai saber?!

Té mais.

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