segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

(Mini-Crônica): Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis



Bom, e agora?


Vou me atrever a falar algo sobre esse clássico do Machado de Assis? Será que há algo de novo a se falar dele?


Duvido muito. Poderia ficar aqui lendo, relendo e tentando tirar leite de pedra e, com certeza, nada acresceria às inúmeras teses de doutorado que devem tê-lo apurado.


Mas, vejam só! Não é minha intenção falar nada de novo sobre os livros que tenho lido. Apenas mostrar uma ou duas coisas que acho interessante.


E o que me levou a ler esse livro nem foi meu próprio interesse. De Machado de Assis li Dom Casmurro e achei bem interessante. Li Esaú e Jacó e achei aborrecido. Aí, o Woody Allen fala que o Memórias Póstumas estava entre os livros que ele mais gostou de ler ultimamente. Pensei, "se o Woody Allen resolver filmar uma adaptação do livro eu precisaria tê-lo lido antes". E foi tal pensamento chinfrim e tiete que me fez ler o genial Machado.


Vergonhoso, confesso! 


Mas, pelo menos, o li. E gostei, bastante. Mal parafraseando Mr. Allen, é realmente bem atual seu texto. Digamos que a escrita e o modo de falar é absurdamente diverso de hoje, mas o contexto se assemelha. As tramas e intrigas e a boa vida de um playboy, o próprio Brás Cubas. Que vivia de obsessões e desejos e de os satisfazer.


E assim gasta a sua vida, sendo patrocinador de uma cortesã, quase arruinando sua família; ou estudando na Europa e dissolvendo mais dinheiro; ou com Virgília, mulher que poderia ter, mas deixou escapar, para ser seu amante; ou com seu amalucado amigo Quincas Borba, de quem quase assumiu uma também amalucada filosofia, o Humanitismo, ou como justificar a lei do mais forte; ou com sua carreira política sem brilho; e, quando decide pela derradeira obsessão, o emplastro Brás Cubas, encontra a morte em uma pneumonia.


E assim, coloca como última conquista, o fato de não ter deixado nenhum filho ou  criatura a quem poderia, mesmo inadvertidamente, transmitir os ensinamentos de sua desregrada e vadia vida. Ao menos disso ninguém poderia culpá-lo.

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