segunda-feira, 26 de maio de 2014

(Pensamentos e Elucubrações - Devaneio): Tradução de sentimentos ou como vencer o Jabberwocky de Alice



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Gostaria de ficar horas por aqui, tentando lembrar e exprimir em palavras o que me passava há poucos instantes enquanto andava por ali, de frente ao parque, ou enquanto cruzava com uma conhecida, antes amiga. Gostaria!



Seria importante exprimir. Seria!

A todo instante mudo de paixão. A todo o momento desejo retomar o que fazia antes e no instante seguinte desisto para pensar em outra coisa.

Precisaria deixar-me levar por algo. Precisaria!

Mas nunca deixei a vida levar-me. Não confio nela. Não imagino seguir a vida sem antecipar-me, sem planejar-me.

E nem sempre é possível a tradução em palavras, dos sentimentos que fluem e refluem em nosso coração. Principalmente, porque nem nossa mente os consegue ordenar. Permanecem na abstração.

Se traduzir de uma língua humana, palavras já concebidas e processadas pela mente de alguém, para outra língua humana, por vezes é quase impossível, e a mensagem fica truncada e incompreensível para os destinatários.

Então como exprimir coisas que sequer a mente original conseguiu captar. Talvez fosse essa a tentativa de Carroll em seu Jabberwocky. Se Alice enfrentou a fera da incongruência e a venceu, foi usando das armas próprias da própria insensatez ou foi conscientemente, trazendo para a mente aquilo que ela só podia sentir? Não sei, precisarei ler os livros para ter alguma resposta.

Alice era uma criança, e como tal, acostumada a não racionalizar tudo, mesmo porque, para a criança, tudo é "por que?", e nem todos seus "porquês" tem por que ser. Sendo assim, as coisas podem ser resolvidas dentro e pelos próprios enigmas existenciais da criança.

Mas há muito perdi essa capacidade, e é por isso que fico digladiando comigo mesmo, tentando levar para a mente sentimentos inexprimíveis e impossíveis de tradução, quanto menos planejamento.

Mas gostaria. Sim, precisaria.


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