quinta-feira, 7 de julho de 2011

(Mini-Ensaio): Novamente a China

Vendo todas as reportagens sobre a China, penso sobre sua aplicabilidade no Brasil (vide link de reportagens do IG sobre a preparação da China para se tornar a primeira a primeira potência mundial: http://economia.ig.com.br/expedicoes/china/china+se+prepara+para+ser+maior+potencia+do+mundo+em+dez+anos/n1597018810542.html)


Lógico que não desejo, em hipótese nenhuma, adotar o modo de vida chinês. Isso não funciona em nossa mentalidade ocidental. Regra geral os orientais se atraem muito pela sistematização, pela formatação, pelo enlatado. Ou seja, as coisas têm de ser excessivamente rígidas, pré-formatadas e muito, mas muito hierarquizadas na mentalidade oriental. Um regime desses funciona muito, diria até muitíssimo bem para reprodução e cópia. Não tem como competir com fábricas que reproduzem e copiam coisas no oriente, e na China especificamente. Eles trabalham loucamente e exigem muito pouco por isso, desde que percebam que há um comando consistente e duradouro.

Mas, se for para criar coisas novas e/ou inovar a partir de uma premissa ou de uma necessidade em mente, essa mentalidade oriental não funciona de forma nenhuma. Por isso que, se os cientistas e estudiosos do oriente querem abrir suas mentes à inovação, eles precisam sair de suas culturas e vir estudar ou observar o ocidente. Não é só questão de equipamentos, mas a cultura oriental, com raríssimas exceções, é falha quando a questão é a criatividade e a inovação, que induz quase sempre a quebra de paradigmas e autoridades consolidadas. Assim, não desejo de forma algum implantar um regime de produção chinês no Brasil.

O que nós precisamos no Brasil, para melhorarmos nossa competitividade, é  resolver a questão da corrupção e toda a ineficiência que ela traz, todo o atraso gerado por ela.

Todas as esferas públicas e boa parte da privada estão tomadas pela corrupção. O brasileiro não sabe mais pensar ou viver seu dia-a-dia sem uma pequena dose de corrupção ou transgressão consentida de normas. É estacionando em fila dupla ou na calçada, é furando uma fila, é pagando uma propina para ter um documento mais rápido, etc., etc. O brasileiro não consegue mais encarar a vida sem essas coisas. E isso se reflete, elevada à enésima potência, nos grandes bastidores de decisões nacionais, seja em gabinetes públicos, seja nos escritórios de planejamento privado.

Na verdade é essa corrupção que atravanca nosso desenvolvimento. E a conivência da sociedade, amparada por nosso sistema legal/processual/penal feitos sob medida para isso (sempre haverá um habeas corpus, uma liminar, um sigilo invocado ou uma imunidade liberando um corrupto da cadeia), torna a mudança dessa situação quase impossível em médio prazo.

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