terça-feira, 18 de agosto de 2009

(Devaneio): O que estou fazendo.

Ora pois. Estou a escrever...

Mas, mais do que isto. Estou realizando algo. Não direi uma vocação, porque realmente ainda não sei se tenho vocação para ser escritor.

Assim, estou apenas criando e mantendo um objetivo para minha vida.

Quando criança achava que, já que eu estava vivo, haveria algum grande objetivo que eu deveria conquistar ou realizar em algum momento.

Parece mentira, mas o pequeno Francisco, com oito ou nove anos, pensava dessa forma. E ficava contente de estar vivo, pois acreditava piamente que as coisas se encaixariam de alguma forma para a realização dessa grande meta.

Bem! Muitos anos depois, eu já não tenho toda essa certeza. Muito pelo contrário. Até alguns dias achava que a única possibilidade realizar ou deixar alguma realização em vida se resumia a meus filhos.

Nada me ajudava a pensar diferente. Realmente, as chances ou alternativas que esperava não surgiram, e as poucas que a muito custo consegui criar serviram tão-somente para minha subsistência, a quais não posso reclamar.

Mas, acho que ainda há uma luz no fim do túnel. Se não for um trem vindo em minha direção, talvez seja a alternativa ou a chance para realizar ao algo diferente nessa vida. E, no momento, a literatura me parece essa luz.

No entanto, na hora que vou escrever, um pequeno demônio me instiga a ficar quieto e parar. Porém, se resisto a ele e começo a digitar, o texto logo começa a fruir, logo o demoniozinho vai se apagando, se finando. Ele nunca morre totalmente. Ao menor sinal de cansaço retoma e quer me tirar do papel.

São muitos anos. Muitos vícios. muito ranço se acumulou entre aquele garotinho de nove anos e esse senhor de quarenta e dois. Então não será fácil retirar essa cortiça que se formou em meu caule. Mas, tenho que começar.

É isso.
Por enquanto...

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