Hoje, ainda hoje, há algumas horas, eu respondia a uma pesquisa sobre o motivo de minha família escolher produtos sustentáveis. Claro que pensei sobre a sustentabilidade do planeta. Aquela que tantos propagamos.
E não me culpo por isso, afinal, não é a esse respeito que falamos a todo instante, que discutimos sempre, que nos interrogamos como e que lutamos a favor? Não é daí que surgem as maiores preocupações atuais da humanidade, a saber, como poderemos ter certeza de que esse planeta será habitável para as gerações futuras? Pensamos, logicamente, sobre nossas gerações futuras, principalmente naquela que mais nos interessa, ou seja, nossos filhos e netos, e como seus sonhos infantis de hoje, suas esperanças adolescentes de amanhã, poderão ter condições de ser realizadas depois de amanhã. Não se pode ser acusado de egoísmo ao se pensar assim, pode-se?
Mas, não desejo fazer uma mea culpa sobre as consequências dessa minha atitude. De forma alguma quero confessar algum arrependimento. É assim mesmo, e essa interpretação também faz parte daquilo que pretendo, en passant, falar aqui.
Quero falar algo a respeito de um pensamento que me toma conta toda vez que vejo notícias assombrosas como a morte da menina Isabela em São Paulo, a morte da menina pela ex-amante do pai, no Rio de Janeiro, ou a morte de um casal em São Paulo, vítima de facadas de seu próprio filho único. Isso tudo me faz pensar sobre a nossa sustentabilidade, a nossa viabilidade como espécie inteligente, como sociedade organizada.
Será que somos merecedores do que temos hoje? Somos capazes de controlar aquilo que criamos? Somos capazes de dar a volta por cima e modificar isso tudo? É sustentável o que se está criando hoje, na mente de bilhões de adolescentes e jovens adultos pelo mundo afora?
Infelizmente eu creio que não. O egoísmo, o não envolvimento, o não pertencer a nada e a ninguém, esses são os motivos de nossa insustentabilidade a médio prazo. Talvez estejamos implementando agora o mundo visto em filmes catástrofes de fim dos tempos, mesmo que não existam as condições alegadas naqueles filmes, como guerra entre potências ou invasões alienígenas ou quedas de meteoros. A deturpação de nossa psique pode estar criando esse novo e apodrecido mundo, nada mais.
Ou seja, a sustentabilidade planetária pode ser irrelevante em futuro próximo, se não tivermos qualquer segurança afetiva entre pais e filhos e parentes e amigos e crianças e adultos. Se as barreiras a atitudes do tipo, deixarem de ser moralmente combatidas e socialmente reprimidas de forma exemplar, então será irrelevante se teremos um planeta ou não, pois não sobreviveremos para tanto.
Devemos encontrar o que está nos tornando assim, o que faz, cada vez mais, aparecer gente com vontade de dar paulada na cabeça de alguém que nem conhece e contra o qual nada tem, gente que, sem pensar duas vezes, esfaqueia os pais, ou mata uma menina indefesa com um cadarço de sapato, ou joga uma filha pela janela, sendo antes estrangulada, ou ainda o que faz aparecer cada vez mais adolescentes serial killers? O que que é isso? É um jeito da humanidade efetivar um controle populacional obrigatório? Ou é o próprio planeta que emite feromônios desconhecidos, mais sentidos por pessoas propensas a desvios mentais, e que tenciona simplesmente nos eliminar da face da Terra?
Quem sabe? O que eu sei é que, de fato, o excesso de gente, o excesso de obrigações, o excesso de informações, o excesso de expectativas, o excesso de ego, tudo isso e mais um pouco, com certeza está no caldeirão de motivos para o surgimento desse tipo de pessoas.
Temos que pensar a respeito. Nossa sustentabilidade está em risco.
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