terça-feira, 25 de agosto de 2015

(Devaneios): Os belos se atraem?

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Pessoas belas somente deveriam atrair pessoas belas. É por causa dessa lógica, e  sobre esse pensamento que ele desenvolve o momento que lhe aflige.

É que, há pouco tempo, foi surpreendido por uma atitude de uma pessoa que, até aquele momento, achava que nunca faria tal coisa.



Essa pessoa o ignorou, fez de conta que não o viu. Não que ela estivesse com alguém muito importante, pelo menos pelo que julgava, essa outra pessoa era, ao contrário, quase que persona non grata.

Então, o que poderia ter acontecido para que ela o ignorasse? O que o tornaria refratário para ela? O que deixou-o transparente?

Ele próprio seria o problema? Sua presença é que causou-lhe constrangimento.

Pensa. Como haviam se encontrado recentemente, talvez na visão dela, já havia aguentado bastante dele por essa semana. Deixai-me em paz. Afinal não sou nem tanto seu amigo.

Tudo bem. Fato corriqueiro. Mas, o problema são os sonhos e as ilusões.

No interior de nossa mentes, fica, a todo instante, pululando pensamentos e ideias e sonhos e ilusões. Com ele é assim. Sua mente é um fervilhar diuturno de ideias, ilusões, planos, conjecturas, etc.

De repente se refugia em um pensamento e cria um mundo de oportunidades para si próprio. As oportunidades só a ele interessam. Para todo o resto do mundo essas oportunidades para nada serviriam, mas, para ele, são pequenos e definitivos momentos de prazer, momentos de pura alegria, instantes nos quais parece que realmente poderia ser feliz, mesmo que essa felicidade, a do seu sonho, fosse algo fugaz, que sublimasse ao menor raio de sol.

E lá estava imaginando os tais momentos felizes, com a participação ativa da pessoa que acabara de o ignorar, até como peça-chave de alguns deles, em uma ilusão de oportunidade ocorrida há mais de cinco anos. Oportunidade essa (mais uma ilusão sua!?) que somente não se concretizou por pura inabilidade ou medo.

E tal pessoa, protagonista de seu principal sonho de idílio, ignorou-o solenemente.

Não que estivesse certo de que o seu sonho fosse realmente acontecer caso a atitude tivesse sido mais positiva, mais decidida, mais corajosa, mas, poderia ficar sonhando e imaginando que assim seria. Agora, vai ter que forçar mais a barra para manter a ilusão. 

Fugir da ilusão, nem pensar. Seria fugir de sua própria pessoa, faz parte dele alimentar ideias do tipo.

E o que isso tudo tem a ver com a proposta básica do post? Lembra-se? Aquela de que somente pessoas belas deveriam atrair outras pessoas belas.

É que, apesar de sua feiura, ele achava que poderia subverter a regra e atrair uma ou duas pessoas belas para seu entorno.

Não que a pessoa que o ignorou fosse bela, ao menos não no conceito padrão de beleza, mas, aqui a questão é o que ele desejava para si, e ela, a pessoa, tinha a beleza que ele desejava. É o desejo que torna uma coisa ou alguém belo ou feio, ou seja, era seu desejo que ele ansiava. Nada mais, e era esse desejo que ele não poderia abandonar. Era essa reciproca de desejo que ele pensava que existisse.



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