E lendo “Mulher Perdigueira” de Carpinejar eu começo este bate papo. Sim, é um livro de crônicas (verdadeiramente com “s”). Sensacional. Logicamente, você verá bastante comentário desse tipo por aqui.
Tive essa idéia quando já havia começado a ler o livro, por isso não retornei aos primeiros textos. De cara peguei o “Falo sério”. Por quê? Por que penso, mais ou menos, nessa linha também! Ou seja, para ser amigo precisar participar. Mas, não é de pura solidariedade que falo. Quero dizer que meu amigo precisa ter podres para contar. É lógico, como diz o Fabrício, que o perfeito não é confiável. Sacada perfeita. E nem quero saber se é original dele. Só me lamento que eu não tenha falado ou pensado antes.
A definição de traição masculina! Porra. Achei pra lá de hilário. Mas, nem me perguntem mais, pois depois de 5 minutos eu esqueço 80% do que li, sendo que os outros 20% vão se apagando paulatinamente em até seis meses.
(...)
E, retornando ao que vim fazer aqui, vejam só, mesmo o Carpinejar, em seu “Mulher Perdigueira”, com sacadas muito legais, também tem algumas coisas que parece que serviram de tapa buraco no livro, como a idéia de associar o desempenho sexual de um homem ao modo como se comporta perante um prato, não levando em consideração que, tanto em um momento como no outro, o que vale é a soma, a sofreguidão, a expectativa, a propaganda anterior. É isso que vale. É a fantasia que preparou o ambiente, seja de fato, como acontece quando se está há dois dias sem uma boa refeição, ou apenas por ilusão, como é olhar uma revista erótica cheia de atrizes sexagenárias com pele e formas de adolescentes, porém, feitas por computador.
Mas, ainda tem a coisa do pessimista, também em Carpinejar. Eu creio que ele, o pessimista, é o construtor de nossa sociedade. Acredito que exista o otimista positivo (aquele para o qual a coisa vai melhorar, mas, graças a seu instinto conservador, ele acha que, se ficar como está, está bom) e o otimista negativo (aquele conformado. A situação, observada por quem está de fora, não é e não está boa, mas para ele é assim mesmo, e assim continuará sendo).
Existe também o pessimista positivo e o negativo. O positivo é o melhor tipo de pessoa e o agente transformador de nossa sociedade. Ele não aceita a forma que as coisas são e estão. Não condiz com o seu jeito de encarar a vida, os relacionamentos e tudo o mais. Tem a certeza de que a felicidade só pode existir em outra realidade e crê ser possível a existência dessa realidade em seu prazo de vida. Assim, ele induz ou influencia essa mudança. O pessimista negativo, junto ao otimista negativo, são as forças mais destrutivas. A depender deles os seres humanos nunca teriam descido das árvores, ou talvez nem teríamos subido nelas
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