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A dor da saudade em mim é algo plangente. Algo que quer sair daqui de dentro e encontrar com aquilo que a causou. É um novo desejo de fuga, dentre tantos que me perturbam há tempos.
Essa dor reside no passado, reside no desejo de reviver um idílio, como se aquela lembrança tivesse, de fato, acontecido dessa forma. E eu sei que não foi assim. Não, não foi!
Talvez, por alguns breves segundos, houve esse revestimento amoroso e delicado, mas, assim como nenhuma beleza resiste a um close-up, também essa nostalgia não resistiria ao cotidiano de datas e datas.
Mesmo assim! Anseio tanto por isso que meu espírito foge parcialmente de mim, a ponto de dar-me tonturas.
É a essa dor que me refiro.
Assim, não é uma dor. É apenas um escurecimento de vista, uma fuga de sentidos, um palpitar, como se, nesse instante, parte de minha vida não estivesse mais aqui, mas lá distante, curtindo aquele exato segundo.
Esse sentimento é tão forte que, em uma ocasião de despedida de uma pessoa muito querida, sendo que teria que dirigir por 16 horas para retornar à minha casa, pensei que, com tantos flashs e fugas de consciência, eu não iria conseguir dirigir. Confesso que em alguns momentos foi muito difícil!
É essa dor de saudade que pegou-me nesse instante. E a lembrança foi tão doce que ainda a sinto aqui, bem pertinho.
Ah, Saudade dolorosa!
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